Polícia Civil de Cordeirópolis conclui relatório sobre tortura contra bebê

A Polícia Civil de Cordeirópolis (SP) encaminhou nesta sexta-feira (16) o relatório final do inquérito policial sobre o espancamento de uma criança de apenas seis meses de idade. O delegado Rodrigo Rodrigues concluiu pelo indiciamento dos pais pelo crime de tortura.

No dia 6 de fevereiro, a criança deu entrada no Pronto Atendimento de Cordeirópolis, apresentava diversas fraturas no corpo e, de acordo com a Polícia Civil, algumas eram recentes, outras estavam em processo de cicatrização óssea, além de hematoma no olho esquerdo provavelmente provocado por agressão física.

Devido ao estado, a Polícia Militar foi acionada, a criança foi transferida para a Santa Casa de Limeira e a mãe foi conduzida ao plantão policial, onde negou qualquer agressão e afirmou que a outra filha tinha arremessado um brinquedo contra a mais nova. O Conselho Tutelar também foi acionado porque, além da possibilidade de agressão, a criança estava perto do limite mínimo de peso.

No dia seguinte, o caso foi remetido à Polícia Civil de Cordeirópolis. Quando ouvido, o casal, sendo a mãe V.B.N.S. e seu companheiro A.J.A.S., moradores em Leme, negaram agressões. O delegado solicitou relatórios e exames médicos para os dois hospitais e os documentos confirmaram as lesões graves na criança. Os telefones celulares de ambos foram apreendidos e foi solicitada à Justiça a quebra dos sigilos dos aparelhos.

Durante o inquérito, testemunhas ouvidas pela Polícia Civil relataram as possíveis agressões do casal contra os filhos. Uma delas apontou que presenciou A. atingir a cabeça de um dos filhos da mulher com um objeto. Uma outra testemunha afirmou que o choro da bebê era constante e que, por não aguentar a situação, chegou a registrar em vídeo.

Ainda durante a fase investigatória, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu a prisão preventiva do casal e obteve decisão favorável. No entanto, apenas a mãe foi localizada e presa. O rapaz encontra-se foragido.

Em interrogatório, a mulher mudou sua versão inicial. Afirmou que seu amásio agrediu a criança, o que teria causado o inchaço no braço da filha. Foi nesse momento que ela disse ter levado a criança para atendimento médico. Afirmou também que não relatou a agressão por medo de represálias, assim como negou a violência em seu primeiro depoimento por medo do amásio.

Ainda em seu depoimento, descreveu que a criança tremia quando o rapaz se aproximava dela. Os dois estão indiciados e o caso agora está com o MPSP, que pode solicitar mais diligências ou denunciar o casal à Justiça.

Foto: Pixabay

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