Investigado por tentativa de feminicídio em Limeira é preso preventivamente

Investigado por tentativa de feminicídio, um homem de 53 anos teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça de Limeira. Ele foi preso em flagrante no final de semana após sua esposa denunciá-lo por tê-la agredido com socos, chutes e golpes com faca. O investigado nega o crime.

Na tarde de sábado, policiais militares foram acionados até à residência no casal, no Jardim Aeroporto, e encontraram a vítima, que também tem 53 anos, sentada numa cadeira e ferida. Um dos agentes descreveu que ela tinha um ferimento provocado por faca próximo do umbigo. A mulher relatou que houve uma discussão entre ambos e o investigado lhe atacou com socos, pauladas e duas facadas, que lhe atingiram na altura do umbigo e na perna. Logo após, ele deixou a casa e foi para um bar.

Os PMs conseguiram localizá-lo e, ao delegado João Batista Vasconcelos, que estava no plantão policial, ele negou o crime. Confessou que sempre discute com mulher, mas afirmou que não a agride. Sobre o motivo da discussão, disse que faltou R$ 500 do aluguel de um barracão, ele questionou a esposa e ela negou estar com o dinheiro. Referente aos ferimentos, citou que eles foram provocados pela própria vítima e achou melhor ir para o bar, onde foi preso pelos PMs.

A mulher precisou ser socorrida e permaneceu internada no hospital, enquanto que o investigado foi apresentado no plantão policial, onde manteve o discurso de autolesão da companheira, com que está junto há 28 anos.

Vasconcelos, antes de decidir pela prisão do investigado, foi ao hospital onde a vítima foi internada e, para o delegado, a mulher foi taxativa em afirmar que sofreu as agressões do marido. Diante dos indícios de autoria, a autoridade policial autuou o homem em flagrante por tentativa de feminicídio. A faca foi encontrada na cozinha e apreendida.

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
No domingo, o promotor Cassiano Gil Zancolli representou para que, após a audiência de custódia, o investigado permanecesse preso preventivamente. Para a Promotoria, o crime é de extrema gravidade e a há indícios de autoria. “Além disso, o autuado, após desferir golpes de faca contra sua esposa, foi até um bar como se nada tivesse acontecido, sendo que não avisou ninguém e nem prestou qualquer tipo de socorro. […] O crime praticado pelo indiciado demonstra, sem sombra de dúvidas, sua periculosidade. Justifica-se a decretação da prisão preventiva, no presente caso, para garantia da ordem pública, seriamente comprometida pela conduta extremada do indiciado”, justificou.

Defensora pública de plantão, Flávia Stringari Machado pediu a liberdade do autuado. Ela justificou que a prática do crime em análise não foi consumada e, por isso, conforme ela, em caso de condenação, a pena seria atenuada. “E muito provavelmente, inferior a quatro anos. Esse ponto deve ser tomado em consideração, de modo que não se fira o princípio da homogeneidade, ou seja, para que a medida acautelatória não seja mais gravosa do que a pena que possa ao final vir a ser imposta”, apontou. Ela também justificou que o investigado não é reincidente, sendo tecnicamente primário.

A análise dos pedidos foi feita pelo juiz Marcelo Vieira, no plantão judicial, e, após verificar que as circunstâncias do flagrante estavam regulares, o magistrado acolheu a representação da Promotoria, ou seja, converteu a prisão em preventiva. A defesa pode tentar a liberdade do investigado e a Polícia Civil, por meio de inquérito, continua na apuração do caso.

Foto: Polícia Militar

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