Com enormes reservas, gás natural envolve questões de logística e fixação de preços

Na reunião do Conselho Superior de Infraestrutra da Fiesp (Coinfra) na última quarta-feira (19/5), o presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegas), Augusto Salomon, foi o convidado para falar aos participantes sobre o mercado de gás natural no Brasil, em função de recentes aumentos de tarifa que impactaram negativamente nos custos da indústria.

De acordo com o presidente do Coinfra, Marcos Marinho Lutz, o gás natural é um ‘gigante adormecido’ no Brasil. “Apesar de haver reservas enormes com custo zero de produção, pois o custo é associado à produção do óleo, temos um desafio de logística e infraestrutura para administrar, devido a questões de regulação lenta e até da distribuição, transporte e produção na mão de players não privados”, informou.

Segundo Lutz, a disponibilidade de gás é uma questão de tempo, pois a indústria tem possibilidade de acessar uma fonte de energia muito barata e mais limpa do que outras energias que hoje são utilizadas – como o óleo combustível – no processo de logística via pipeline e rede de distribuição de gás encanado.

De acordo com Salomon, o preço do gás no Brasil hoje é alto porque é vinculado ao indexador internacional do gás Henry Hub. Diante desse fato, Salomon propõe a implementação de leilões de gás natural para se obter um mercado mais competitivo, em moldes semelhantes ao de energia elétrica para consumidores livres, comercializadores e distribuidoras estaduais. A proposta é para que estimule os produtores a disponibilizar o gás para o mercado garantindo a demanda por meio de contrato de longo prazo.

“É essencial que o governo federal coordene o processo dando a sinalização econômica necessária para que os agentes invistam na expansão da estrutura do setor”, pontuou Salomon. “A formação do preço, a cadeia de produção e distribuição e os ajustes tarifários estão relacionados à nossa capacidade de acessar o gás, o que não fica claro para quem compra o produto na ponta, reflete Lutz.

Fonte: Agência Indusnet Fiesp
Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

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