Desde a semana passada, a Prefeitura de Iracemápolis passou a disponibilizar a lista de vacinados contra a Covid-19 após polêmica com veto da lei pela prefeita Nelita Michel (PL) e promulgação da lei que obrigava a transparência pela Câmara. A divulgação da lista de vacinados chamou a atenção dos iracemapolenses, que passaram a consultar os nomes e identificaram pessoas marcadas como quilombolas.
Quilombolas são os descendentes e remanescentes de comunidades formadas por escravizados fugitivos (os quilombos), entre o século XVI e o ano de 1888, quando houve a abolição da escravatura no Brasil. Eles fazem parte do grupo prioritário para vacinação pelo Plano Nacional de Imunização, assim como os povos indígenas, ribeirinhas, pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, profissionais da educação, da saúde, idosos, entre outros.
Atualmente as comunidades quilombolas estão presentes em todo o território brasileiro, mas não há informação da existência em Iracemápolis.
A reportagem do DJ foi questionada por um leitor e passou a fazer a apuração. Em janeiro, quando começou a aplicação das doses, foram identificadas quatro pessoas com a descrição “quilombola”. Alguns são servidores municipais.
Em fevereiro, foi verificado o maior número de doses aplicadas em “quilombolas”: 18. Em março, foram duas doses e, em abril, até o dia 22, nenhuma identificação de pessoas inscritas como deste grupo de risco.
Falha do sistema
O DJ, então, questionou a Prefeitura de Iracemápolis; apresentou a lista de pessoas identificadas como quilombolas e, por meio de nota, a Coordenadoria de Saúde esclareceu:
“A Coordenadoria da Saúde de Iracemápolis informa que o motivo do registro de quilombolas como vacinados se deve a uma falha no Sistema VaciVida, em que são cadastrados todos os vacinados no Estado de São Paulo. Informa ainda que as correções estão sendo realizadas e, assim que possível, essas listas serão republicadas com as devidas correções”, finaliza.
Atualização divulgada nesta segunda-feira (26) mostra que Iracemápolis vacinou 4.287 pessoas, sendo 2.741 com a primeira dose e 1.546 com a segunda dose.
Colaborou Denis Martins
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