Prefeitura de Limeira entrega à Justiça cronograma de exames em capivaras de parque

Em cumprimento à ordem da juíza Sabrina Martinho Soares, da Vara da Fazenda Pública de Limeira, a Prefeitura de Limeira apresentou à Justiça um cronograma de ações para realização do exame sorológico das capivaras que ficam no Parque Ecológico do Jardim do Lago. As ações começam em dezembro e vão até fevereiro de 2023.

O estudo é cobrado dentro da ação civil pública movida pela Associação de Moradores e Amigos do Jardim Aeroporto. A entidade pede a remoção das capivaras do local. O inquérito sorológico deve apontar se existe ou não o risco de contaminação da febre maculosa na região.

Em abril do ano passado, a magistrada havia determinado a realização da pesquisa sorológica. A Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente consideraram a remoção dos animais inviável, mas o caso ainda não foi decidido no mérito.

A associação requisitou, em 2017, o mesmo inquérito sorológico que a Prefeitura terá de apresentar agora. Na época, a pesquisa deu positivo para carrapatos do gênero Amblyomma e presença de animais hospedeiros amplificadores da febre maculosa. A Sucen fez a pesquisa acaralógica no local, confirmando a necessidade do inquérito sorológico para providências.

Conforme explicado pelo promotor Rafael Augusto Pressuto, que acompanha o caso, a sorologia vai especificar as capivaras positivas e negativas, mas a transmissão da febre maculosa depende da presença de carrapato positivo para bactéria. “Isso porque a capivara positiva [já contaminada] se torna imune à bactéria após três semanas da primeira contaminação, não transmitindo novamente a doença”, esclareceu.

O procedimento se atrasou em razão da pandemia. Agora, será acelerado. Na primeira quinzena de dezembro, o Departamento de Vigilância em Saúde vai encaminhar informações complementares ao Estado, via Sistema Integrado de Gestão da Fauna Silvestre (GEFAU). Neste mesmo período, um técnico da Sucen fará visita no parque para avaliar a área onde será colocado o brete (curral) para contenção dos animais.

A previsão é que, na segunda quinzena de janeiro de 2023, ocorra a liberação da autorização para realização do manejo. Na primeira quinzena, o curral será montado com colocação de cana-de-açúcar, alimento para condicionar a entrada dos animais no espaço. Apenas na segunda quinzena de fevereiro está prevista a realização do inquérito sorológico com envio das amostras para o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, considerado laboratório de referência.

Em junho de 2017, a Sucen classificou a área do Parque Ecológico do Jd. do Lago como predisposta, com presença de hospedeiros do carrapato. Com isso, a Prefeitura colocou placas de alerta à população e faz manutenção do gramado para eliminar a forma larvária do carrapato. Além disso, foram aplicados produtos nas áreas sob as árvores, onde há concentração de folhas secas e pode haver infestação de larvas do carrapato.

Os documentos da Prefeitura foram anexados neste mês na ação civil pública e ficam sob análise da Justiça.

Foto: Reprodução

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