A Polícia Civil de Limeira (SP) apresentou à Justiça o relatório final do inquérito que apurou o acidente de trânsito que matou o músico Paul Lennon Wesley Frick, de 34 anos. O motorista da Land Rover Discovery, A.L.O., foi indiciado pelo crime de homicídio culposo no trânsito (quando não há intenção de matar), delito previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro. Agora, caberá ao Ministério Público (MP) pedir mais diligências ou oferecer a denúncia à Justiça.
O caso teve repercussão regional. O acidente ocorreu na madrugada de 9 de março deste ano, no cruzamento das ruas Sete de Setembro e Treze de Maio, no Centro. Paul Lennon, morador de Iracemápolis, seguia pela Rua Treze de Maio com o seu Astra quando foi atingido pela Land Rover dirigida por A.. O cruzamento tem semáforo, mas, às 2h08, o equipamento operava no amarelo intermitente.
O forte choque destruiu o Astra e o músico morreu no local. Após os fatos, a polêmica se deu em razão da não apresentação de A. no plantão policial e versões que sugeriam que o motorista da Land Rover estivesse embriagado. Policiais militares que registraram a ocorrência relataram que A. não apresentava sinais notórios de embriaguez e se recusou a fazer o teste do bafômetro – ele foi autuado por infração de trânsito.
A. foi investigado em liberdade. O delegado Francisco Paulo Oliveira Lima, do 1º Distrito Policial, foi o responsável pela apuração e apresentou sua conclusão após a chegada dos laudos. A CNH de A. havia sido cassada por excesso de pontuação e nada constava sobre embriaguez ao volante. Nos crimes dessa natureza, a polícia requisita a aferição da velocidade do veículo, em tese, causador do acidente, o que foi feito. O laudo apontou que a velocidade média da Land Rover era de 86 km/h e, no momento do acidente, chegou a 81 km/h, uma vez que o motorista freou. A velocidade, portanto, estava “bem superior ao limite máximo permitido”.
Para o delegado, A. agiu de forma imprudente e negligente na condução do veículo. Como não foi realizado nenhum teste de alcoolemia, a polícia deixou de fazer análise sobre este ponto e indiciou o motorista da Land Rover, formalmente, por homicídio culposo no trânsito. A pena prevista é de detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão da habilitação.
À polícia, A. confirmou que estava com amigos em uma casa noturna, onde tomou uma cerveja. Afirmou que, no trajeto de volta para casa, não percebeu que estava acima do limite de velocidade, porém, disse que estava bem consciente e com os reflexos bem apurados. Achou que o motorista do Astra fosse frear, o que não aconteceu. Em seguida, ele tentou frear a Land Rover, mas não foi suficiente para evitar a colisão. Também relatou que ficou profundamente chocado e classificou o acidente como uma fatalidade.
Com a entrega do relatório, os autos serão encaminhados ao Ministério Público, titular da ação penal.
Foto: Reprodução/Google
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