por Carlos Chinellato
Assim como balas perdidas que matam crianças inocentes em comunidades cariocas, a jovem torcedora do Palmeiras foi mais uma vítima daquilo que podemos chamar de banalização da morte. É verdade que brigas no interior de estádios diminuíram, no caso de São Paulo, por conta da implantação da torcida única, já há alguns anos.
O que se vê agora em episódios grotescos e violentos é na parte externa dos estádios – como o que matou a torcedora palmeirense – ou distante deles, como confrontos agendados pela internet de torcedores adversários, em estações de metrô, por exemplo.
Ou ainda organizadas perseguirem jogadores, como o episódio recente da agressão sofrida por Luan, atleta corintiano. Ou ainda perseguir o clube, como recentemente fizeram torcedores, obrigando que a delegação alvinegra retornasse para São Paulo, quando já estavam em Santos. É senso comum exigir um basta nisso. Antes de mais nada, é preciso compreender que o futebol é um reflexo do que ocorre fora dele.
Nos estádios e agora fora deles, manifestações de violência são na maioria das vezes levadas, do cotidiano da vida comum do cidadão – com suas decepções, lamentações e o instinto de violência -, para o fanatismo com o esporte mais popular do país. Desatar este nó que mata e destrói famílias, como a da jovem Gabriella é um desafio gigante.
Carlos Chinellato é jornalista.
Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar
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