Mil vidas. Este é o saldo de vítimas que a Covid-19 já deixou em Limeira desde abril do ano passado, quando a primeira morte confirmada pela doença foi registrada na cidade.
Com estimativa de 308 mil habitantes, Limeira registra nesta pandemia um óbito a cada 308 pessoas. A maioria aconteceu nos últimos meses, o pior momento, como já declararam autoridades de saúde.
Metade das mortes ocorreu em pouco mais de três meses. Em 31 de março deste ano, a cidade lamentava a marca de 500 mortos (veja aqui).
São vítimas de todas as idades, diferente do início da pandemia quando a maioria era idosa; de todas as classes sociais, etnias, crenças religiosas. A doença que ainda assola o Brasil, apesar da tendência de queda e boas perspectivas com o avanço da vacinação em massa, não escolhe quem vai levar.
O DJ mostrou nesta semana que 69 das vítimas tinham menos de 40 anos (veja aqui). O fato é que muitas destas pessoas não tiveram a chance de se vacinar. Muitas famílias limeirenses ainda vivem o luto, choram pelos que se foram.
Muitos ainda lutam nos hospitais. A taxa de internação ainda é alta. A cidade passou a ter recentemente duas unidades de referência para atendimento de casos de Covid, além dos outros três hospitais que também estão sobrecarregados.
De um lado a tristeza de famílias despedaçadas, que só o tempo poderá de alguma forma confortar e, de outro, ainda há esperança aos que ficam. Por mais questionadas que sejam e, lamentavelmente, alvo de politização, as vacinas são a luz no fim do túnel, paralelamente às medidas sanitárias ainda fundamentais para o combate da doença.
Doses dos imunizantes autorizados no Brasil estão chegando a Limeira e em grandes lotes nos últimos dias. Atualmente, estão liberadas à população geral de 36 anos ou mais. Na próxima semana, outras faixas de idade serão autorizadas. Segundo o prefeito Mario Botion disse nesta semana, a meta é vacinar toda população de Limeira com mais de 18 anos até o final deste mês.
Números atualizados
Atualização da Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (9), mostra 1.002 mortes confirmadas. Ontem, eram 996. São 42.207 casos confirmados desde o início da pandemia.
Os leitos de UTI da Unidade de Referência Covid-19 (URC) estão com 100% de lotação. Os leitos clínicos, 68,8%. Os leitos de suporte ventilatório, 62,5%. Total de ocupação da URC: 70,7%.
Na UPA do Abílio Pedro, o total de ocupação de leitos é de 33,3%.
“Não vamos esmorecer, não sairemos da linha de frente até que chegue a vitória”
O secretário de Saúde em Limeira, Vitor Santos, manifestou-se por meio de nota diante de mais uma triste marca. Ele é o gestor do SUS, quem comanda o enfrentamento da pandemia na cidade.
“São muitos sentimentos. Tristeza pela perdas de tantas vidas, e cada uma delas importa. Revolta pela politização da doença, que produz divisão no enfrentamento dessa guerra contra um vírus atípico e devastador. Frustração pela luta de egos entre profissionais de uma ciência, onde a verdade é transitória e ninguém, dela, é dono.
Agradecido ao enorme esforço desse exército de abnegados profissionais da saúde que, mesmo colocando em risco a sua vida e de sua família, não abandonaram a linha de frente e acolhem, com carinho, aqueles que sofrem. Consciente, desde o início, de que essa é uma missão, colocada pelo Dono da Vida, sobre os meus ombros e dentro do meu coração, para fazer o possível e com os conhecimentos e recursos disponíveis, ajudar a cidade que acolhe a mim e a minha família.
Agradecimento ao prefeito, sua equipe de governo, aos colegas do grupo técnico, às lideranças da cidade pelo apoio irrestrito nas demandas da saúde e a todos e todas que, cada qual na sua trincheira, nos ajuda a enfrentar essa guerra biológica. Rogo a Deus, que na Sua infinita bondade, possa acolher, com carinho, os que partem, confortar os corações dos que ficam e curar os que estão sofrendo.
Nossa esperança está na evolução do conhecimento médico e nas suas descobertas, entre as quais as vacinas, que nos mostram resultados animadores.
Não vamos esmorecer, não sairemos da linha de frente até que chegue a vitória. Deus nos proteja. Vamos ultrapassar esse deserto e reconstruir as nossas histórias”.
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