Justiça arquiva investigação sobre suposto sequestro de amante de marido em Limeira

A pedido do Ministério Público (MP), o juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas, arquivou a investigação que apurou possível sequestro e agressões contra uma mulher que, segundo versão inicialmente relatada à Polícia Civil, mantinha caso extraconjugal com o marido de uma das investigadas.

O caso aconteceu em janeiro deste ano. O relato inicial apontou que a vítima caminhava pela rua quando foi abordada pela mulher que é irmã da supostamente enganada. Nisso, um carro preto parou e, dentro dele, saíram a outra mulher e um homem. Na sequência, a vítima teria sido puxada pelos cabelos e colocada no banco traseiro. O carro deixou o local conduzido por uma terceira mulher não identificada.

Assim que entraram no carro, o homem pegou o celular da vítima, trocou a senha e ficou com seu aparelho. Quando o carro chegou na zona rural, ordenaram que a vítima saísse e ela teve o cabelo cortado, foi agredida com um soco no nariz e na costela. O veículo foi embora e a mulher pediu ajuda para uma pessoa na estrada, entrando em contato com o ex-namorado, atual marido de uma das investigadas.

Comunicados sobre um possível sequestro em andamento, policiais militares localizaram e encontraram as duas mulheres apontadas no carro. Ambas foram presas em flagrante e tiveram a prisão preventiva decretada. No carro, foram achados dois canivetes, mas nada de celular ou tesoura.

As duas investigadas negaram a versão contada pela mulher na delegacia. Posteriormente, a vítima constituiu advogado e apresentou uma declaração à polícia diferente do relato inicial. Afirmou que não houve sequestro, pois entrou no carro por livre e espontânea vontade. Ela também se retratou em relação às agressões.

Chamada novamente à delegacia, a mulher confirmou a nova versão e disse que não havia homem no carro, indicando que seu cabelo foi cortado pela atual esposa do ex-namorado. Disse que não recebeu nenhuma ameaça para alterar a versão, demonstrando preocupação ao saber que as investigadas foram presas. Diante da nova versão, a Justiça concedeu liberdade para as duas.

Após a analisar os depoimentos coletados pela Polícia Civil, o promotor Daniel Fontana entendeu que a dinâmica dos fatos apurados não ficou esclarecida. Em relação à lesão corporal, o MP apontou que não ficou claro quem teria dado início a briga e quem teria agido em legítima defesa. “Tendo em vista as versões conflitantes apresentadas pelas envolvidas e a falta de testemunhas presenciais dos fatos, o arquivamento é medida que se impõe”, solicitou o promotor em manifestação assinada no dia 25.

A Justiça promoveu o arquivamento em despacho assinado no último dia 31.

Foto: Arquivo/DJ

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