A advocacia é conhecida pelas formalidades, seja no vestuário ou na linguagem. O termo “juridiquês” já identifica como é comunicação, especialmente no ambiente onde atuam, como entre advogados, nos fóruns ou outras repartições do sistema de Justiça. Mas uma nova geração de profissionais do Direito está determinada a aproximar o público de assuntos complexos expostos na legislação brasileira, que vale para todos, mas que muitas vezes só quem é da área compreende.
É o caso da jovem advogada limeirense Ângela de Souza Vicente. Ela formou-se em Direito no Isca Faculdades, em 2018, e desde então, quando garantiu a atuação com a aprovação na OAB, atua na área criminal.
Quem está no Instagram pode ver que, na conta de Ângela (@angelasouza_adv), os Reels postados por ela têm fundo musical e interpretações da lei; outros mostram como é a rotina da advogada.
O que motivou tratar temas muitas vezes tão complexos por meio do Reels no Instagram?
Existem vários advogados se adaptando a esse tipo de conteúdo para informar. Eu me inspirei neles e trouxe para meu nicho.
O Reels é uma ferramenta muito rica. Ela é explorada por pessoas de todas as idades e tem um alcance muito grandioso. Vi nele uma possibilidade de despertar o interesse em temas tão essenciais e, por vezes, muito mal visto pela sociedade, que é a área criminal. Quero desmistificar a figura do “bandido bom é bandido morto”, pois todos estamos suscetíveis a cometer um crime, mesmo que de forma involuntária, e que as pessoas acusadas são seres humanos sujeitos de direitos e devem ser tratados com dignidade e respeito, assim como manda a Constituição Federal.
Como tem sido a repercussão?
No geral, as pessoas gostam bastante. Recebi vários feedbacks legais, mas já tive algumas críticas também, mas entendo que faz parte. Nunca vamos agradar a todos, e esse nem é meu propósito.
E com colegas de profissão?
Nunca tive problema. Estou de acordo com o Código de Ética da minha profissão e isso me deixa tranquila, e é o que interessa. Acredito que tem espaço para todos. O universo é infinito em possibilidades, cada um encontra um caminho que comunica mais com sua audiência.
Ângela diz que os vídeos mais visualizados são de temas polêmicos e os que contam como é ser advogada criminalista. “Busco me aproximar da linguagem contemporânea para conscientizar o maior número de pessoas possível sobre seus direitos e ajudá-las a não sofrerem injustiças”.
Ela acredita na comunicação mais próxima das pessoas como forma de conscientizar de forma eficiente. “O juridiquês só impressiona estudante de Direito e só é interessante no meio jurídico, com colegas, juízes, promotores e nos ambientes necessários, mas com o público é necessário falar de forma simples e objetiva”.
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