A violência doméstica contra a mulher e a imagem dos clubes ou patrocinadores

Por Rafael Rigo

O esporte possui um impacto enorme na vida das pessoas, seja através da prática de atividade física, profissão ou mesmo no combate à exclusão, desigualdade social e violência, onde os projetos sociais trabalham a ideia de que a cultura e o esporte são grandes instrumentos redutores das marginalidades sociais. Portanto, torna-se indiscutível que qualquer forma de violência tem que fazer parte da discussão no esporte, e não poderia ser diferente no futebol, devido a importância da modalidade em nosso país, em virtude de sua exposição.

Com muita razão, nos últimos dias, ganhou grande repercussão o “caso Robinho” e revoltou as redes sociais, tanto que o Santos Futebol Clube tinha firmado um contrato com o jogador de 05 (cinco) meses e suspendeu o contrato, e aparentemente muito em virtude da pressão social e dos patrocinadores que cobraram posicionamento do clube e chegaram a ameaçar tirar as verbas caso não fossem tomadas as providências.

Os patrocinadores pressionaram o Santos por uma rescisão de contrato e chegaram, inclusive, ameaçar a deixar o clube por não fazer parte da “política da empresa”. O caso é que Robinho não foi o único jogador envolvido em questões de violência doméstica ou contra a mulher. 

Para aprofundar um pouco mais no assunto, o fato da política da empresa não concordar com fatos graves, como violência contra a mulher, dá o direito de encerrar seus contratos por não concordar com a contratação ?

Assim como um clube de futebol, um atleta, é uma marca e toda marca carrega uma responsabilidade de centenas ou milhares de interessados.

A reputação comercial no futebol é fundamental para a construção de uma identidade e consolidação da imagem de um clube, que por sua vez, deve se preocupar com a importância que existe em atrelar a sua marca a outras que, de fato, a enaltecem ou pelo menos não a prejudique.

Assim como um clube de futebol, de fato, não deve associar a sua imagem a patrocinadores que não têm uma boa reputação na sociedade, penso que não deveria associar também a atletas que possuem um histórico negativo, como é o caso do Robinho. Pois isso, com certeza, impacta negativamente na imagem e representa um prejuízo incalculável ao clube de futebol. 

Rafael Rigo é advogado com atuação no Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Societário e Direito Contratual. Contato: rafael@rafaelrigo.adv.br

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