O Tribunal do Júri de São Vicente (SP) condenou nesta terça-feira (19) o réu C.A.B. pelo homicídio de sua namorada, Sandra Cristina Ribeiro de Lima, de 56 anos, em 5 de dezembro de 2021. No corpo da vítima, que foi encontrado no quarto por um dos filhos, tinha sinal de esganamento no pescoço.
Um dos filhos de Sandra, ao chegar na residência dela no dia seguinte, a encontrou morta num quarto que estava trancado. O réu tinha deixado o local e, diante da suspeita de ter sido o autor, a Justiça expediu mandado de prisão em seu desfavor.
Após o final do inquérito, o Ministério Público (MP) o denunciou e pediu sua pronúncia por homicídio qualificado: feminicídio no contexto de violência doméstica, motivo torpe, emprego de asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A sessão do júri ocorreu ontem e a defesa sustentou a tese de afastamento da qualificadora do motivo torpe, por ausência de prova que demonstrasse sua incidência, bem como o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea. Já o MP e o assistente de acusação reafirmaram o pedido de condenação com base na denúncia.
Para os jurados, o réu cometeu o homicídio e todas suas qualificadoras. O júri terminou pouco depois das 19h e a juíza Thais Cristina Monteiro Costa Namba fixou a pena em 19 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão, no regime inicial fechado. Ao manter a prisão, a magistrada citou que o réu já foi flagrado com identidade falsa para se eximir da responsabilidade. Por isso, ele poderá recorrer, mas não em liberdade.
BENS
O feminicídio de Sandra teve repercussão nacional porque, além da morte violenta, no ano passado a família da vítima foi à Justiça e pediu o confisco de parte da herança do réu.
Em fevereiro, o juiz Mário Roberto Negreiros Velloso, conforme reportagem do jornal Folha de São Paulo, permitiu a penhora do valor que poderia servir para futuro pagamento de indenização por danos morais, em outra ação pretendida pelos filhos da vítima.
Foto: Pixabay
Deixe uma resposta