PF apurou organização criminosa, com treinamento militar, que esconderia armas pesadas em Limeira

A Polícia Federal (PF) investigou, por cinco meses, a possível existência de uma organização criminosa especializada no tráfico de armas e munições, que ocultaria armas de grande porte, como fuzis, metralhadoras antiaéreas, granadas e explosivos em cidades do interior paulista, entre elas Limeira. Após esse período, o Ministério Público (MP) limeirense decidiu pedir o arquivamento da apuração por falta de evidências.

Em maio deste ano, a Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas, sediada na capital, recebeu informações sobre a organização criminosa. As informações davam conta de que o grupo seria formado por integrantes com suposto treinamento militar e responsável por fornecer armas. Eles também participariam de assaltos a bancos no Estado de São Paulo e ataques a policiais.

A PF tinha dois apelidos dos supostos líderes da organização criminosa, mas sem qualquer qualificação completa. A denúncia apontou que o “modus operandi” do grupo seria a compra, ocultação, revenda e até aluguel de armas para a execução de atos criminosos.

Fuzis, metralhadoras antiaéreas, granadas e explosivos seriam ocultados, segundo a PF, em regiões rurais e de mata do interior paulista, em especial Limeira e Campinas, e também da região da Baixada Santista.

Bunker em matas

De posse das informações, a PF abriu inquérito policial, que tramitou na Justiça de Limeira. A polícia fez diligências e levantamentos conjuntos junto a setores de inteligência de forças de segurança. Segundo os levantamentos, a organização criminosa tinha, além de treinamento militar, equipamentos sofisticados, como visores noturnos e termais, coletes e capacetes balísticos.

Conforme documento da PF, o grupo utilizaria casamatas (construção fortificada geralmente usada em guerras), feitas em concreto armado e equipadas com câmeras e sensores de proximidade, inclusive com auxílio de drones. Estes lugares, conforme a denúncia que chegava, serviriam como meio para espantar qualquer tentativa de ação policial não planejada.

Relatório da PF, em posse da Justiça de Limeira, informou que outras forças policiais realizaram ações para localizar e prender o líder da organização. No entanto, ele conseguiu fugir.

No início deste mês, a PF decidiu concluir o inquérito. Após cinco meses, nada foi apurado de relevante, nem foi possível coletar informações que pudessem indicar a participação concreta de pessoas em quaisquer crimes. Se as informações iniciais pareciam interligadas, a PF concluiu que elas se referiam a fatos diversos e desconexos. Além disso, PF teria perdido o contato com o colaborador, não sendo possível obter informações adicionais sobre o caso.

Com relatório em mãos, o Ministério Público (MP) se manifestou, no último dia 9, pelo arquivamento do inquérito policial, ressaltando que, diante do que foi apurado, não há justa causa para deflagrar ação penal, nem outras diligências a serem feitas. O pedido do MP será analisado pela 3ª Vara Criminal de Limeira.

Foto: Reprodução

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