“Não estamos de braços cruzados”, diz Nelita aos vereadores sobre a crise hídrica em Iracemápolis

A prefeita de Iracemápolis, Nelita Michel (PL), esteve na noite desta segunda-feira (14) no Legislativo para prestar esclarecimentos sobre as medidas que estão sendo tomadas para resolver a crise hídrica na cidade, bem como explicar sobre a qualidade da pouca água que chega nas residências. Nelita citou, entre outras coisas, que “não está de braço cruzado” e, além da falta de chuva, há o crescimento populacional.

Em resposta às críticas que tem recebido, principalmente nas redes sociais, a prefeita mencionou que foi questionada sobre promessas que fez na campanha, como prioridade em resolver o problema antigo do tratamento da água. “O problema inicial era o tratamento e alternativas foram buscadas desde março de 2021 junto à Ares-PCJ, onde foi decidida pela estação compacta e reservatório. No início do mandato, quando começaram as audiências com o Gaema [braço ambiental do Ministério Público], descobrimos que havia um Compromisso de Aditamento de Conduta [CAC] que não tinha sido cumprido e havia multas acumuladas. Em dezembro também foi assinado TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] com o Ministério Público e começamos a correr atrás dos prejuízos. Já foram investidos R$ 690 mil com o setor de água”, descreveu.

O TAC firmado com o MP em dezembro tem 140 itens e, desse total, restam 60 para serem resolvidos. “Não estamos de braços cruzados. É fácil falar. Temos um TAC, uma Estação de Tratamento de Água de 1958 e uma equipe empenhada. Quem quiser ajudar é bem-vindo. O que surgiu nesse período foi a crise hídrica. Em novembro não houve a quantidade de chuva esperada. Em janeiro e fevereiro, foram 63% a menos de chuvas na cidade. A conclusão que chegamos é que, além do problema anterior, de tratar a água, agora temos a falta de água para resolver. Com o racionamento, ficou claro que o que há embaixo da terra é muito pior”, completou.

Nelita apresentou aos vereadores informações sobre o crescimento populacional de Iracemápolis, de 2009 a 2022, que passou de 20 mil para cerca de 25 mil, respectivamente, e informou que a crise hídrica atual é pior do que a sofrida pela cidade em 2014. “A população cresce, a chuva não. Hoje a represa municipal está com 43% de capacidade, a Iracema com 31% e a Boa Vista com 71%, uma média de 49% da capacidade de água. É muito pouco. Para quem duvida, a crise hídrica existe”.

Após informar os dados, a prefeita passou a responder questionamentos que constam em requerimento feito pelos parlamentares, como o problema de cor e odor da água, desperdício e vazamentos e interrupções no fornecimento. “Sobre a água com cheiro e coloração, a represa Boa Vista está com baixo nível e provoca a proliferação da matéria orgânica. Reduzimos o cano para captar água da superfície e amenizar o problema. Referente ao vazamento, há falta de manutenção nos medidores existentes. Já quanto às interrupções, há problemas de adução em ambas as represas. Na Boa Vista, o problema é na sucção e tubulação. Na municipal, devido ao baixo nível de coluna de água, não há energia suficiente para água percorrer a tubulação e uma bomba que funciona 24h foi colocada para conseguir levar água para a ETA. Por último, o gosto de cloro ocorre porque a substância é colocada quando há problema na qualidade água, ou seja, aumenta-se a quantidade para atenuar os efeitos do odor, mas sempre respeitando os limites”, falou.

Nelita mencionou a intenção de recorrer a poços artesianos para amenizar a crise e sugeriu ações conjuntas com o Legislativo para encontrar soluções. “Não é hora de contar votos, temos que pensar nos 25 mil habitantes, somos uma coisa só. Sugiro uma reunião com o Legislativo para decidir junto o que será feito. O que pode ser feito de imediato está sendo executado, mas não é só isso. Da maneira que está, não pode ficar”, finalizou.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.