O arquiteto Daniel de Almeida Leitão, ex-servidor da Prefeitura de Limeira, depôs na manhã desta terça-feira (02/08), na Câmara de Limeira, à CPI do IPTU. Ele, que teve a investigação arquivada pela Justiça a pedido do Ministério Público (MP), disse que sabia de sua inocência e não houve comprovação de sua participação no esquema de cancelamento fraudulento de dívidas na Prefeitura.
Daniel trabalhou por mais de cinco anos na Prefeitura de Limeira, em cargos comissionados, por indicação do atual secretário municipal de Habitação, Jorge de Freitas. Ele atuava como chefe de expedição de documentos da Secretaria de Urbanismo.
O ex-servidor ficou preso por 15 dias e foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Posteriormente, ele não foi denunciado pelo Ministério Público (MP) em razão de ausência de evidências de sua participação no esquema investigado. “Fui exonerado, preso e condenado injustamente”, disse aos vereadores.
Ele disse estar com o coração em paz. “Fui preso sem saber por que, não sei por que estou na CPI, já que não tive envolvimento. Sou inocente e nunca tive envolvimento com nada ilícito. Sou casado, tenho esposa e filho”, completou.
Em relação ao seu trabalho, Daniel afirmou que as informações às quais tinha acesso eram referentes a cadastro e, por isso, eram lícitas e públicas, não acobertadas por sigilo. “Era necessário ter acesso às informações para consultar o histórico do imóvel para emissão de alvarás e certidões. Como funcionário, eu tinha o dever de passar estes dados e orientar os munícipes a regularizar imóveis”, salientou.
Daniel relatou que as nove pessoas presas na operação em 23 de junho ficaram na mesma cela por cerca de 11 dias, mas não entrou em conversa com os demais sobre os fatos. “Falávamos sobre família e estar voltado a Deus. Por ruim que tenha sido, fica sempre um aprendizado. Minha fé me sustentou”. Ele contou detalhes sobre o dia da prisão, que foi presenciada pelo seu pai. “São coisas que nunca vão se apagar. Julgamento precoce não é de Deus”.
Questionado sobre a amizade com outros presos e denunciados pelo esquema do IPTU, Daniel mencionou que conhecia alguns deles de campanhas eleitorais, quando faziam reuniões sobre o tema. Ele disse ter vínculo de amizade com o secretário Jorge de Freitas, que será ouvido pela CPI na próxima sexta-feira (05/08). “Vesti a camisa da Prefeitura, sempre trabalhei com muito amor e prestatividade. Jorge sabe do meu caráter”, afirmou. O ex-servidor negou ter recebido ameaças dos envolvidos no esquema.
C.R.S., que está preso, e S.I.S., foragido, também seriam ouvidos, mas não foram localizados pela CPI. No período da tarde, está previsto o depoimento de L.M.S., que também teve a investigação arquivada.
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Foto: Reprodução
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