Dois homens foram presos em flagrante, na noite desta quinta-feira (26/01), pela acusação de veicular afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento em Limeira. As prisões ocorreram na sede de uma entidade sindical, no Centro da cidade, onde ocorreu uma reunião com interessados na aquisição de lotes.
A situação era monitorada pela Prefeitura de Limeira. Em julho de 2022, o Município moveu ação na Justiça contra os responsáveis pelo loteamento e obteve liminar para embargo das obras. Ciente do encontro desta quinta-feira, a Prefeitura comunicou a Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo policial que participou da intervenção, a reunião tinha o objetivo de prestação de contas e discussões a respeito da legalidade e viabilidade jurídica do empreendimento, localizado perto da divisa de Limeira com Piracicaba, no Bairro São João.
No entorno do espaço, havia muitos carros estacionados. A equipe policial foi recebida na portaria e teve o acesso franqueado. No salão, A.N.M., um dos responsáveis pelo loteamento, explanava para a plateia, que era acompanhada por um escritório contábil contratado pela associação criada pelos compradores. O depoimento do policial cita que foi falado “sobre a certeza de regularização junto a Prefeitura Municipal de Limeira”.
Diante da existência de crime, a assembleia foi interrompida e a situação de irregularidade do empreendimento foi comunicada aos participantes. Segundo relato policial, os compradores aplaudiram a atuação da Polícia Civil e mostraram-se insatisfeitos com A. em razão do descumprimento das promessas feitas de que estaria tudo regular junto à Prefeitura.
Muitos afirmaram que pediram o dinheiro de volta, mas o responsável pelo empreendimento tinha dito que nada seria devolvido. Os participantes da assembleia se colocaram à disposição para contribuir com as investigações. E.E.D., presente no local, foi apontado como o corretor de imóveis que vendeu os lotes. Em busca pessoal, os policiais encontraram em seu bolso a planta da gleba com as demarcações do loteamento.
A polícia conduziu A. e E., que foram presos em flagrante. Outras pessoas foram ouvidas na condição de vítimas e testemunhas. Conforme depoimento, os dois detidos foram flagrados apagando conversas dos celulares. Os aparelhos foram apreendidos e o delegado Leonardo Burguer já solicitou à Justiça acesso imediato para extração dos conteúdos. A investigação também deve avançar sobre outros envolvidos.
Nesta sexta-feira (27), os acusados devem passar pela audiência de custódia na Justiça. A DIG vai prosseguir com os trabalhos de oitivas de vítimas.
Foto: Pixabay
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