Justiça de Limeira arquiva investigação sobre ossada humana achada no Pinhal

A pedido do Ministério Público, a Justiça de Limeira promoveu o arquivamento do inquérito policial aberto para apurar as circunstâncias que envolvem a localização de uma ossada humana. Sem possibilidade de identificação da vítima ou de lesões, a investigação de homicídio fica prejudicada.

No dia 3 de junho de 2022, por volta das 8h30, guardas civis municipais faziam patrulhamento pelo Bairro do Pinhal, zona rural de Limeira. Os agentes percorriam a Estrada Municipal LIM-235, às margens da Rodovia Engenheiro João Tosello (SP-147/Limeira-Mogi Mirim), quando notaram marcas de pneu de veículo em meio a um canavial.

Dentro da plantação de cana de açúcar, eles viram dois ossos, aparentemente humanos, amarrados a uma corda. Na sequência, constataram que no solo, em volta dos ossos, havia cal espalhada na terra. Os GCMs decidiram, então, cavar o local para se certificarem se havia algo.

E acharam. Havia mais ossos humanos que, juntos com os demais, formavam uma ossada parcialmente completa. A partir disso, os GCMs acionaram a Polícia Civil, o Instituto de Criminalística (IC), para realização de perícia, e o Instituto Médico Legal (IML) para remoção dos restos mortais.

Assista o vídeo sobre a localização da ossada:

Em julho, a polícia instaurou inquérito policial para apurar crime de homicídio. Os laudos vieram, mas não houve qualquer possibilidade de identificação da vítima. As características ósseas são compatíveis a de um homem na faixa etária de 25 a 40 anos. Não foi possível estimar tempo de morte, nem diagnosticar eventual causa.

Em outubro, a promotora Débora Bertolini Ferreira Simonetti pediu o arquivamento do inquérito. Ela apontou que não há possibilidade de identificação das lesões que pudessem levar à conclusão do óbito ou mesmo quem seria a vítima. Sem isso, não há indícios de eventual autoria do crime.

No mesmo mês, o irmão de um homem desaparecido em abril de 2019 fez uma petição nos autos. Informou que uma varredura identificou o cheiro do desaparecido em um canavial de Limeira, detectado por cães farejadores. A defesa da família pediu a comparação do DNA para eventual identificação, em processo que tramita na Justiça de Americana (SP). Ainda assim, o MP reiterou o pedido de arquivamento sem prejuízo da reabertura se, eventualmente, for comprovada a vítima indicada.

O juiz da 3ª Vara Criminal de Limeira, Rafael da Cruz Gouveia Linardi, acolheu o pedido do MP e arquivou o inquérito policial em 16 de novembro.

Foto: Wagner Morente/GCM de Limeira-Arquivo

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