por Farid Zaine
@farid.cultura
“Becoming Elizabeth” é uma série dramática disponível no Starzplay, com um novo episódio lançado a cada domingo, de um total de oito. A série causa curiosidade principalmente pelo estrondoso sucesso de “The Crown” na Netflix, uma das melhores séries históricas de todos os tempos. Enquanto que na Netflix conta-se a história de uma rainha ainda no trono, Elizabeth II, num dos mais longevos reinados da história, em “Becoming Elizabeth” vamos retroceder ao ano de 1547, quando começou a trajetória de uma das mais importantes personalidades da monarquia britânica, chamada apenas de Elizabeth da Inglaterra.
Pesquisas mostram que Elizabeth II escolheu esse nome não pelo longínquo parentesco com a outra Elizabeth, mas apenas porque já existira anteriormente uma rainha com esse nome. Hoje se refere a Elizabeth da Inglaterra como Elizabeth I. Elas são primas bem distantes.
“The Crown” mostra com incrível realismo as seis décadas que marcaram e marcam o reinado de Elizabeth II. Dificuldade extra para a luxuosa produção, que precisa lidar com o fato de contar uma história repleta de personagens vivas e algumas que se foram, mas cujas vidas são sobejamente conhecidas através de farto material existente.
É ainda mais admirável o trabalho do elenco, naturalmente confrontado com o que foi real e pode ser verificado. Claire Foy e Olivia Colman são exemplos desses extraordinários trabalhos, ao interpretar Elizabeth II em diferentes fases da vida. Outra que se saiu magnificamente bem foi a jovem Emma Corrin no papel da Princesa Diana, talvez a mulher mais fotografada de todos os tempos. Todo gesto de Diana era conhecido do público e Corrin soube dar credibilidade a cada um que reproduziu.
“Becoming Elizabeth” não sofre dos problemas de comparações, pois a época retratada é a de séculos passados. Contudo, a produção esmerada encanta e acaba de provocar o fascínio que a realeza sempre exerce no público.
A história de Elizabeth I começa a ser contada na série da Starzplay muito antes dela subir ao trono. Tarefa ainda mais complicada para a bela e competente atriz Alicia Von Rittberg, que interpreta a icônica rainha desde a adolescência. Muito expressiva, Rittberg tem embates notáveis com outra grande atriz, Jessica Raine, intérprete de Catherine Parr, madrasta de Elizabeth. As duas são responsáveis pelos melhores momentos da série.
Tom Cullen, ator sempre muito requisitado, tem também ótima presença , no papel de Thomas Seymour, que se casa com Catherine após a morte do marido (Henrique VIII), e por quem Elizabeth se apaixona. As conturbadas relações entre pessoas da mesma família, como o caso entre Seymour e Elizabeth, são a pimenta dessa história que mistura poder, sexo, incesto, intrigas e traições… como em toda narrativa que envolve personagens do mundo da realeza através dos tempos.
Tantas e intrincadas relações acabam por levar o espectador a pesquisar mais sobre a verdadeira história de Elizabeth I, e será ainda mais saboroso descobrir fatos marcantes da vida dessa que foi chamada de “Rainha Virgem”, porque não se casou e não teve filhos.
Com ótima fotografia, cenários imponentes, belos figurinos e trilha sonora apropriada, “Becoming Elizabeth” é uma série visualmente atraente e com roteiro que prende a atenção , com ganchos que conduzem ao interesse em ver o próximo episódio, o que é fundamental numa série, principalmente em uma em que os episódios não são disponibilizados de uma só vez.
BECOMING ELIZABETH – Série em 8 episódios , criada por Anya Reiss – Starzplay, um episódio a cada domingo desde 12 de junho de 2022.
Cotação:
**** MUITO BOM
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