Bactéria que causa febre maculosa não circula em capivaras de parque de Limeira, mostram exames

A Prefeitura de Limeira apresentou à Justiça, na última semana, o resultado dos exames realizados, por amostragem, em capivaras do Parque Ecológico do Jardim do Lago. O documento cita que o ensaio “não confirmou a circulação da bactéria Rickettsia, do grupo Febre Maculosa neste momento”.

A amostragem foi realizada por ordem da Justiça, a pedido do Ministério Público (MP), dentro da ação civil pública movida pela Associação de Moradores e Amigos do Jardim Aeroporto em 2018. A entidade pede a remoção das capivaras do local.

Após estudo populacional, a Prefeitura estimou a existência de até 37 capivaras no local, sendo 15 adultas. A colheita de sangue foi realizada em 14 animais, conforme autorização emitida. O resultado do inquérito sorológico apontou que 12 das 14 capivaras (85,7%) apresentaram anticorpos totais contra a febre maculosa, acima do valor de soroprevalência mínimo estabelecido.

A conclusão do Município é que o Parque Ecológico segue classificado como “área de alerta”. Desde junho de 2017, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) considera o local como “predisposto”, com presença de hospedeiros do carrapato. Com isso, a Prefeitura colocou placas de alerta à população e faz manutenção do gramado para eliminar a forma larvária do carrapato.

No ofício entregue à Vara da Fazenda Pública, assinado pelo secretário de Saúde, Vitor dos Santos, a Prefeitura informa que apresentou todos os documentos solicitados para apreciação do Departamento de Gestão da Fauna Silvestre da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O parecer do órgão é aguardado para orientar os próximos passos do Município para o controle da área e possível manejo dos animais.

Na ação civil pública, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente consideraram a remoção dos animais inviável, mas a questão será analisada no julgamento de mérito.

A associação de moradores requisitou, em 2017, o mesmo inquérito sorológico que a Prefeitura realizou recentemente. Na época, a pesquisa deu positivo para carrapatos do gênero Amblyomma e presença de animais hospedeiros amplificadores da febre maculosa. A Sucen fez a pesquisa acaralógica no local, confirmando a necessidade do inquérito sorológico para providências.

Agora, a Justiça deve oficiar a associação e o MP para se manifestarem a respeito dos resultados apresentados.

Foto: Prefeitura de Limeira/Arquivo

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