Só notícia boa

Por João Geraldo Lopes Gonçalves

“Eu queria que alguém
Me dissesse alguma coisa
Que eu ainda não sei
Que alguma coisa boa
Vai acontecer
É só esperar pra ver
mas
Por Favor me traga
Uma notícia boa”


(Trecho da canção “Boa Notícia”, da banda “Nenhum de Nós”)

Acompanho telejornais todos os dias, pela TV ou pela Internet, e sei o quanto é importante a imprensa no sentido de disseminar a informação. Mas sei também que os veículos têm interesses econômicos e seguem tendências mercadológicas para seus editoriais.

Às vezes, a pauta jornalística se transforma em um banho de notícias negativo, não porque se faz de propósito. Mas a realidade é dura e cruel, em se tratando de um País com enormes desigualdades sociais, arregimentado por violência das mais diversas, contra os pobres, mulheres, negros, comunidade LGBTQ+ e vulneráveis.

Fico cansado em ver notícias baixo astral, que mostram uma nação dividida pelo ódio de classes, raças, religião, política e outros. Ossos do oficio, nos faz buscar as notícias de forma geral e irrestrita, pois com elas podemos fazer opinião e contribuir para a busca de soluções.

Mas como seria bom e fantástico se as pautas pudessem ser mais positivas, mais afirmativas. Se pudessem relatar iniciativas que nos levem a sonhar acordados, a ter esperança de um mundo melhor.

O nosso Diário de Justiça tem feito este trabalho.

As notícias têm tido um equilíbrio de trazer também otimismo, diversificando os assuntos e nos dando prazer da leitura.

Sei que o jornalismo deve ser um campo também de denúncia de injustiças, fraudes, corrupção e crimes. É, sem dúvida, um serviço ao Brasil chegar o máximo possível da verdade. Porém, às vezes o exagero das pautas leva muitos a acreditar que estamos vivendo em um lugar sem futuro algum, que não tem mais solução.

Minha enfermidade, já conhecida por todos que nos acompanha na rede, me fez pensar que este planeta tem jeito sim e que o Ser Humano é viável e necessário para transformar a sociedade. Para isto é preciso esforço de deixar fluir a solidariedade, a fraternidade, a busca por igualdades, isto tudo repleto de ternura, afeto e muito compartilhamento.

Na ditadura militar, o general presidente Emilio Garrastazu Médici, certa vez para justificar seu governo, disse que o Brasil era um País abençoado por Deus e bom de viver. Pois ao ler os noticiários, de outros países, descobriu que aqui não havia guerras, terremotos, furacões e outras situações de calamidade.

O general, que passou para a história como o mais repressor dos presidentes militares, que instituiu a tortura, as mortes, os exílios como ferramenta do Estado, esqueceu de dizer que os brasileiros não tinham liberdade, e que era proibido falar de democracia.

Médici, com este discurso, escondia os porões do regime, o falso milagre econômico, utilizando do ufanismo escancarado de uma fantasia que nunca existiu.

Recentemente, durante a campanha eleitoral do ano passado, um indicador social foi revelado. O País entrava de novo no mapa da fome, com mais de 30 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza.

O presidente da época, Jair Bolsonaro, e seu ministro da Economia vieram a público desmentir os números de instituições sérias como a FAO – Organização para alimentação e agricultura -, ligada a ONU e outras.

Enquanto o governo tentava negar o inevitável, pessoas removiam latas de lixo, a procura de comida e famílias compravam ossos para comer.

Viver na ilha da fantasia é negar a realidade, é contribuir com um ambiente carregado de injustiças e tóxico nas relações. Por isto que o equilíbrio na busca de informações se faz necessário. Não somente para prestação de serviço, mas para promover a cidadania e o bem-estar geral das pessoas.

O País passou por quatro anos de retrocesso, onde parecia que caminhávamos para o precipício e o fim de uma sociedade tolerante e defensora da diversidade.

Minha mãe, a Senhora Bondade, como a chamávamos, dizia que é mais fácil destruir do que construir. Para colocar algo abaixo, uma pessoa ou uma minoria é capaz de fazer. Mas, para construir, são precisos os esforços e o empenho de muita gente.

Imagine então um País com uma estrutura continental como a nossa: a construção ou reconstrução não se faz da noite para o dia.

Penso que o equilíbrio é a melhor forma de convivência e de construir um futuro de esperança e Paz.

Que tal os meios de comunicação buscarem publicar mais notícias boas, como experiências de combate a fome, de solidariedade a comunidade de rua, dos que doam órgãos para salvar vidas e por aí vai?

Navegando pelas plataformas de música, descobri uma canção bem positiva e afirmativa.

“Te Desejo Vida”, da paraibana Flávia Wenceslau, interpretada por ela e pela paranaense Marina Aquino.

Vou deixar a letra abaixo, como uma mensagem de desejar só notícia boa para todas e todos vocês.

TE DESEJO VIDA

Eu te desejo vida, longa vida
Te desejo a sorte de tudo que é bom
De toda alegria, ter a companhia
Colorindo a estrada em seu mais belo tom

Eu te desejo a chuva na varanda
Molhando a roseira pra desabrochar
E dias de sol pra fazer os teus planos
Nas coisas mais simples que se imaginar
E dias de sol pra fazer os teus planos
Nas coisas mais simples que se imaginar

Eu te desejo a paz de uma andorinha
No voo perfeito, contemplando o mar
E que a fé movedora de qualquer montanha
Te renove sempre, te faça sonhar

Mas se vier as horas de melancolia
Que a lua tão meiga venha te afagar
E que a mais doce estrela seja tua guia
Como mãe singela a te orientar

Eu te desejo mais que mil amigos
A poesia que todo poeta esperou
Coração de menino cheio de esperança
Voz de pai amigo e olhar de avô

Eu te desejo muito mais que mil amigos
A poesia que todo poeta esperou
Coração de menino cheio de esperança
Voz de pai amigo e olhar de avô.

PS: Domingo, dia 1º de outubro, tem a eleição para eleger 15 pessoas para o Conselho Tutelar de Limeira. A coleta de votos será das 8h às 17h. Os locais de votação podem ser consultado com o número da seção do seu titulo de eleitor, na página do CMDCA Limeira.

A Todas e a Todos, um bom final de semana.

João Geraldo Lopes Gonçalves, o Janjão, é escritor e consultor político e cultural.

Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar

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