O bispo da Diocese de Limeira, dom José Roberto Fortes Palau, comunicou nesta sexta-feira (11/03) decisão do Papa Francisco, que decidiu pela aplicação, para o bem da Igreja Católica, de pena de demissão do padre Pedro Leandro Ricardo, envolvido em escândalos de abuso sexual.
O pedido feito ao papa partiu da Congregação para a Doutrina da Fé, após apuração em procedimento canônico próprio. A partir desta sexta-feira, ele não poderá mais exercer, válida e licitamente, o ministério sacerdotal.
Padre Leandro, como é conhecido, é ex-pároco da Basílica Santo Antônio de Pádua, de Americana (SP), cidade que integra a Diocese de Limeira. Ele foi alvo de denúncias de abusos sexuais e desvios de dinheiro da basílica, em caso de repercussão nacional. O escândalo também atingiu o então bispo de Limeira, dom Vilson Dias de Oliveira, acusado de negligência diante das denúncias e outras condutas. Dom Vilson renunciou à função e passou a ser investigado pela Polícia Civil, bem como o então padre Leandro.
Leandro, inclusive, já responde a ação penal na Justiça. O Ministério Público aponta que, em 2002, o religioso constrangeu um adolescente mediante violência e grave ameaça, a praticar e a permitir que com ele fosse praticado ato libidinoso diverso da conjunção carnal. Em 2003, segundo a acusação, semelhante constrangimento foi contra uma adolescente. Em 2005, a mesma situação foi relatada, desta vez, contra uma criança de 11 anos (idade à época). Nos anos de 2005 e 2006, também há relatos e provas contra uma outra adolescente, tudo em cidades da região de Limeira.
O Ministério Público afirmou que, na qualidade de autoridade moral e inegável influência sobre os membros de sua comunidade religiosa, o padre atraía criança e adolescentes para a função de “coroinha” e, além das tarefas cotidianas da igreja também tinha o propósito de “satisfazer sua lascívia [intenso desejo do corpo]”.
Algumas situações foram dentro do carro do padre, como para deslocamento a uma casa de retiros. Neste caso, a adolescente tentou pular do veículo em movimento. Na tentativa de “comprar silêncio”, foi oferecida quantia de R$ 500 a um adolescente e perfumes a outra adolescente. No caso da criança, a promessa foi de promoção a acólito da igreja. A defesa de Leandro sempre negou as acusações e afirma que nenhum dos relatos procede.
Foto: Reprodução
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