Julgamento de padre da Diocese de Limeira começa amanhã

Está previsto para começar nesta terça-feira (8) o julgamento do padre Pedro Leandro Ricardo, da Diocese de Limeira. Antes de ser afastado por causa dos escândalos envolvendo menores, ele atuou na Basílica de Santo Antônio, em Americana. O julgamento, porém, envolve acusações enquanto ele era pároco da igreja São Francisco de Assis, em Araras, comarca que sentenciará se ele é culpado ou inocente.

Serão julgadas nesta comarca quatro situações apontadas na denúncia do Ministério Público (MP), que aconteceram entre 2002 e 2006, quando o padre era responsável da igreja.

O DJ mostrou em dezembro que o juiz de Araras, Rafael Pavan de Moraes Filgueira, negou o pedido de absolvição sumária das acusações de crimes de atentado violento ao pudor com abuso da autoridade contra coroinhas. O julgamento foi mantido e, amanhã, estão previstas as oitivas das vítimas e testemunhas arroladas pela acusação. Por causa da pandemia de coronavírus, as audiências acontecerão de forma remota.

Na quarta-feira, serão ouvidas testemunhas arroladas pela defesa. Caso o cronograma previsto inicialmente seja seguido, o padre réu será interrogado na quinta-feira (10).

As acusações

O Ministério Público aponta que, em 2002, o religioso constrangeu um adolescente mediante violência e grave ameaça, a praticar e a permitir que com ele fosse praticado ato libidinoso diverso da conjunção carnal.

Em 2003, segundo a acusação, semelhante constrangimento foi contra uma adolescente.

Em 2005, a mesma situação é relatada, desta vez, contra uma criança de 11 anos (idade à época). Nos anos de 2005 e 2006, também há relatos e provas contra uma outra adolescente.

O Ministério Público afirma que, na qualidade de autoridade moral e inegável influência sobre os membros de sua comunidade religiosa, o padre atraía criança e adolescentes para a função de “coroinha” e, além das tarefas cotidianas da igreja também tinha o propósito de “satisfazer sua lascívia [intenso desejo do corpo]”.

A denúncia do MP detalha diversos atos estarrecedores a qualquer cidadão que preza pela correção, pela lei e pela própria igreja. Algumas situações foram dentro do carro do padre, como para deslocamento a uma casa de retiros. Neste caso, a adolescente tentou pular do veículo em movimento.

Na tentativa de “comprar silêncio”, foi oferecida quantia de R$ 500 a um adolescente e perfumes a outra adolescente. No caso da criança, a promessa foi de promoção a acólito da igreja.

Aproveitando-se do temor reverencial, diz a denúncia, o padre teria tentado a usar os ensinamentos religiosos para justificar os crimes, como que “Deus possui várias
formas de demonstrar o amor, e que aquela seria uma delas”.

O escândalo só veio à tona por iniciativa de uma mãe, que procurou outra até chegar este momento, de início de julgamento

Defesa

No caso da criança, a defesa diz que o padre nega veementemente a imputação; e “ainda que assim não fosse, não há, na própria descrição da conduta contida na denúncia, prática de ato libidinoso”. Sobre os outros casos que envolvem adolescentes à época, a defesa diz que nenhum dos relatos é compatível com a apontada impossibilidade de resistência.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.