Índice de efetividade opõe TCE-SP e Associação dos Municípios de Pequeno Porte

Prefeito de Cordeirópolis (SP), mas na condição de presidente Associação dos Municípios de Pequeno Porte do Estado de São Paulo (AMPPESP), José Adinan Ortolan descreveu como “relativa” a avaliação feita pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) por meio do Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M). A edição 2023 foi divulgada no dia 18 deste mês e o órgão emitiu nota após a manifestação de Adinan.

O levantamento feito pelo (TCE-SP) revelou que as gestões de apenas 52 (8%) dos 644 municípios fiscalizados pela Corte podem ser consideradas efetivas. Foi essa situação que motivou Adinan a se manifestar aos prefeitos e prefeitas que integram a AMPPESP. “A forma como eles avaliam a gestão pública municipal é um olhar técnico que ainda está distante daquilo que é importante para o município. Mesmo relevante, trata-se de uma forma bem relativa. Um município que tirou nota B não significa que sua gestão seja mais efetiva do que aquele que tirou nota C, que seja melhor administrada”, consta no texto do prefeito.

O IEG-M prevê cinco faixas de classificação das administrações: ‘altamente efetiva’ (nota A), ‘muito efetiva’ (B+), ‘efetiva’ (B), ‘em fase de adequação’ (C+) e com ‘baixo nível de adequação’ (C). Pelo segundo ano consecutivo, a maioria das cidades paulistas auditadas pelo Tribunal (todas, exceto a Capital) recebeu a pior nota (C). O levantamento é feito desde 2015 e são analisadas áreas como saúde, educação, planejamento, gestão fiscal, segurança das cidades (Defesa Civil), meio ambiente e governança em tecnologia da informação.

Adinan sugeriu que o TCE-SP analisasse o motivo pelo qual os municípios mais bem avaliados são os médios e grandes. “Será que o mesmo instrumento de avaliação para municípios de 5 mil e municípios de 500 mil habitantes é justo? Será que, para atender os critérios do IGM teríamos que aumentar demasiadamente os custos das atividades meio em detrimento as atividades-fim? Será que o fato de nenhum município ter tirado B+ ou A não signifique que o instrumento de avaliação esteja rígido demais. Afinal, SP tem ótimos modelos de gestão”, completou.

O prefeito cordeiropolense também criticou a forma como o TCE-SP divulgou o levantamento, com ênfase no baixo volume de municípios que tiveram avaliação de gestão efetiva. “Trata-se de uma forma negativa de apresentar a gestão pública, o trabalho de milhares de servidores municipais e até mesmo a atuação do TCE-SP, que por décadas vem atuando de forma positiva, ajudando a melhorar a gestão dos municípios”, concluiu.

POSICIONAMENTO DO TCE

Presidente do TCE-SP, Sidney Estanislau Beraldo emitiu uma nota de esclarecimento após o posicionamento de Adinan, onde menciona que a corte “recebeu com estranheza os comentários”.

Na nota, ele informou que no dia 12 de dezembro o TCE-SP recebeu em audiência uma comitiva de prefeitos liderada pelo próprio Adinan. “Oportunidade em que, após produtivos debates, os participantes foram convidados a fazer sugestões para eventual aprimoramento dos métodos de avaliação, o que não ocorreu”, mencionou.

O presidente declarou que o órgão, enquanto titular do controle externo, não pode postergar o seu dever de agir e dá transparência aos dados colhidos para a formação do índice. “Quanto ao IEG-M não levar em conta o porte dos municípios, cabe esclarecer que os indicadores são formulados de acordo com a legislação aplicável a todos, indistintamente. Pelo mesmo motivo, a rigidez do instrumento apenas reflete a distância entre os marcos regulatórios e as práticas de cada gestão municipal. Sobre a forma de divulgação, vale ressaltar que o cenário geral captado pelo levantamento é preocupante, mas reversível. As avaliações, positivas ou negativas, servem para balizar o gestor. Respeitosamente, não se atribua ao diagnóstico a origem dos problemas, mesmo porque as informações são autodeclaradas”, finalizou.

Foto: Divulgação

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