Homem-Aranha Através do Aranhaverso: qualidade mantida e ampliada

Por Farid Zaine
@farid.cultura

No Oscar de 2019, ao bater o favorito “Os Incríveis 2”, uma animação que vinha recebendo ótimas críticas e boa aceitação do público, acabou levando a estatueta da categoria: era “Homem-Aranha no Aranhaverso”, merecidamente vencedor. A história do super-herói das HQs, levada muitas vezes ao cinema, ganhava uma inusitada versão, capaz de fazer desaparecer qualquer sinal de esgotamento da icônica personagem. Agora o Homem-Aranha era um garoto do Brooklyn, negro, de origem hispânica, porto-riquenha. Seu nome era Miles Morales, filho de um policial e de uma mãe protetora e carinhosa, sempre tentando se conectar ao mundo de novidades do filho adolescente. Miles Morales caiu imediatamente no gosto do público, que teve simpatia, admiração e torcida instantâneas por ele.

Nessa inteligente e criativa animação, “Homem-Aranha no Aranhaverso”, disponível no Disney+,  ficamos sabendo que não existe um só Homem-Aranha, mas vários existentes em universos paralelos. Vemos também surgir a diversidade , tão buscada no cinema da atualidade: um menino negro, uma menina loura, famílias de diversas etnias. O encanto desse longa , que ganhou dose extra de popularidade após a vitória no Oscar, fez aumentar a expectativa por uma continuação. Pois ela acaba de chegar aos cinemas com o título de “Homem-Aranha Através do Aranhaverso” e , sem surpresa, consegue manter a qualidade do primeiro, alcançando até alguns degraus a mais na avaliação.

Em “Homem-Aranha no Aranhaverso”, Miles Morales descobrirá a Sociedade Aranha, “fiscalizadora da integridade do multiverso”. São muitas pessoas-aranha de muitos universos paralelos diferentes, todas com algo em comum: são super-heróis destinados à proteção da humanidade, mas sempre carregando alguma dor por perdas irreparáveis, e muitas dúvidas quanto à condição de ser um super-herói. Nas múltiplas personagens que vemos pelo filme sempre há a questão dos laços familiares, mais presentes nas histórias de Miles e Gwen, um casal bem fofo de heróis adolescentes, mas também na de Peter Park, que se supunha ser o único Homem-Aranha, e mesmo na do vilão, o Rei do Crime, com suas também dolorosas perdas.

Visualmente sensacional, “Homem-Aranha Através do Aranhaverso” passeia pelos universos paralelos diferentes sempre lhes dando características próprias, o que ajuda a não causar confusão em trama tão complexa. O filme mantém o espírito e a forma das HQs, com seus traços, suas cores e texturas, acrescidas do poder do cinema, transformando tudo em uma aventura veloz e ininterrupta em todos os seus 136 minutos de duração, com efeitos visuais e sonoros de última geração e trilha sonora perfeita.

A moda dos multiversos, que já vinha sendo acentuada por longas anteriores ao lançamento do filme de 2018, e que culminou no campeão do Oscar deste ano, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, ganhou novo impulso com “Homem-Aranha Através do Aranhaverso”. Cuidem-se as animações que desejam o Oscar 2024 da categoria, pois já existe um candidato mais do que poderoso para colocar as mãos na estatueta. De novo.

Homem-Aranha Através do Aranhaverso: Animação, 2023 – em cartaz nos cinemas
Cotação: ***** ÓTIMO

Foto: Reprodução

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