Estragos do cerol em limeirense: 4 dias de UTI, 4 transfusões de sangue e 40 pontos no pescoço

Limeira tem legislação própria contra linhas cortantes que representam ameaças a motociclistas e população em geral. Nesta segunda-feira (18/07), na abertura da campanha “O Cerol Corta Vidas”, um relato divulgado pela Prefeitura de Limeira mostra a dimensão do perigo e dos estragos que o cerol e outros materiais cortantes podem trazer a uma vítima.

Operadora de prensa, Francismeire Lopes da Silva, hoje com 40 anos, foi uma das motociclistas que receberam a antena “corta linhas” em ação na Praça Toledo Barros. E ela relatou seu acidente ocorrido há 14 anos. Trafegava pela Cecap quando se enroscou em uma linha com cerol. A linha cortou seu pescoço e quase atingiu a artéria.

Foram quatro dias de internação na UTI, quatro transfusões de sangue e 40 pontos no pescoço. “A linha cortou minhas cordas vocais, minha voz quase sumiu, fiz um ano de fono para recuperar a fala”, disse. Até hoje é possível ver a cicatriz em seu pescoço. “Essa campanha é muito importante, porque as pessoas continuam usando o cerol”, disse.

Um dos primeiros a receber o dispositivo foi o motociclista Rafael Soares Caetano, de 32 anos, que atua como entregador para o iFood. Há três anos, ele disse que se envolveu em um acidente quando passava pelo Belinha Ometto. “A linha cortou minha blusa. Não me machuquei porque consegui parar a tempo”, comentou.

A ação ocorreu no início da manhã na Rua Carlos Gomes, ao lado da Praça Toledo Barros, no Centro de Limeira. A ação envolveu as secretarias de Segurança Pública e Defesa Civil e de Mobilidade Urbana, com apoio da Polícia Militar. Acompanharam a vice-prefeita Erika Tank e o vereador Betinho Neves.

Quem aderiu à campanha recebeu gratuitamente a instalação de uma antena “corta linhas” no veículo. O dispositivo, como o próprio nome diz, é capaz de cortar a linha com cerol (mistura de cola e vidro moído) ou a linha chilena (mistura de óxido de alumínio e silício e algodão) usadas ilegalmente para soltar pipa. Ao todo, foram instaladas 100 antenas que evitarão esse tipo de acidente.

Segundo o comandante da GCM, André Hailer, além da instalação das antenas, a iniciativa também visa conscientizar a população sobre a proibição do uso de linhas cortantes para empinar pipas, principalmente no período de férias escolares.

Erika lembrou que essa campanha garante maior entendimento por parte da população a respeito da proibição do uso de linhas cortantes. “Além da conscientização, essa iniciativa promove a efetivação da proteção dos motociclistas ao fazer a distribuição e a instalação das antenas”, frisou. “Trata-se de uma campanha muito importante para a segurança dos nossos munícipes”, concluiu. A vice-prefeita também falou do envolvimento do Legislativo no tema.

Há diversas leis que tratam do cerol e da linha chilena no município. A mais recente, sancionada em 2020 pelo prefeito Mario Botion, a partir de propositura do vereador José Roberto Bernardo, proíbe a industrialização, comercialização, armazenamento, transporte, distribuição e utilização de linhas cortantes. A multa para quem desrespeitar a lei é de 100 Ufesps, o equivalente a R$ 3.197, valor que dobra em caso de reincidência.

A campanha segue nesta terça-feira (19/07), com distribuição de antenas na esquina entre a Av. Piracicaba e a Rua Prudente de Moraes, às 8h30, e na Avenida Major José Levy Sobrinho, próximo ao estádio Limeirão, às 15h. Ao todo, serão distribuídas 472 antenas, que foram doadas pela iniciativa privada: Garcia Terraplenagem, Tribenet, Rosi Brinquedos, Vida Alcalina Purificadores de Água, S.A. Refrigeração, Rede DrogaLim, Bella Capri Pizzaria, Marcela Scognamiglio Vitalli, Brink Bem e Paulo Martins.

Fonte e Foto: Prefeitura de Limeira

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