Conselho de Saúde de Rio Claro pede lockdown imediato

Em ofício encaminhado nesta segunda-feira (22) à Prefeitura de Rio Claro e ao Ministério Público, o Conselho Municipal de Saúde do Município pede a instalação imediata do lockdown. O pedido foi amparado com dados que mostram o forte avanço do coronavírus na cidade.

O documento é assinado por Maria Helena Betanho Romualdo, presidente do Conselho, e está repleto de dados técnicos. É mencionado, por exemplo, que na semana que antecedeu a Fase Vermelha, Rio Claro registrou em média 67 casos novos por dia. No dia 17, foram registrados 98 casos, aumento de 45%.

Dos 120 leitos ocupados, o volume aumentou para 138 (aumento de 15%) e as UTIs passaram de 47 para 70 leitos ocupados por dia: aumento de 49%. “Óbitos em sete dias aumentaram estonteantes 107%, de 13 para 27. A taxa de isolamento mudou muito pouco no mesmo período: de 38% para 40%. Entre o Natal e o Ano-Novo, o isolamento médio foi de 42%. O desejável seria atingir 60% ou mais. Convém ainda mencionar que todos os números da semana batem recordes de toda a pandemia. É um colapso que se iniciou na segunda quinzena novembro do ano passado e não parou mais. Aliás, nem se pode dizer que a primeira onda tenha acabado. Para evitar uma segunda onda maior do que a primeira, era necessário ter derrubado o contágio para menos de cinco casos diários, feito que Rio Claro e nem outros municípios conseguiram”, informou o Conselho.

O Conselho cita que o lockdown deve ser adotado para evitar consequências mais trágicas da pandemia, óbitos, ocupação de UTIs e hospitalizações. “É necessário evitar o aparecimento de novos casos. É necessário também, tempo, pois os reflexos da redução de casos aparecerão com até duas semanas de atraso nas internações e óbitos. O número de novos casos ainda não diminuiu, portanto, as hospitalizações e óbitos ainda continuarão a crescer. Se hoje estamos com todos os leitos do município ocupados, o cenário que nos aguarda não é nada otimista. É um resultado trágico: pessoas estão perdendo renda, enquanto outros perdem a vida. Um duplo sacrifício sem retorno nenhum”, completou.

No ofício, foi mencionado o exemplo de Araraquara, que conseguiu reduzir índices após a instalação de lockdown. “Nada justifica a perda de mais vidas, quando sabemos como evitar. Como prefeito, que tem essa prerrogativa, o exortamos a tomar essa medida, ainda que impopular. E saiba que o Conselho Municipal de Saúde o apoiará na defesa de tal ato”, finalizou.

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