Colisão de carros em Limeira acaba em investigação por peculato em SP

Uma colisão entre automóveis em Limeira, que ocorreu no ano passado e não deixou vítimas, despertou uma outra investigação em andamento no 75º Distrito Policial de São Paulo. O ex-proprietário do carro denunciou policiais militares rodoviários pelo crime de peculato (artigo 312 do Código Penal – Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo).

Em Limeira, a colisão entre veículos ocorreu na Rua José Drago, na Vila Castelar, onde o automóvel de uma mulher, que estava estacionado na via pública, foi atingido por um Fiat Linea. A dona do carro saiu à rua após ouvir o barulho da batida e percebeu que, no outro automóvel, havia uma mulher e três crianças, todos sem cinto de segurança e a motorista tentava deixar o local.

Abordada, a condutora disse que o Linea pertencia ao cunhado, que foi acionado para ir até o endereço. Após 40 minutos, o rapaz ainda não tinha chegado e a motorista disse que levaria as crianças embora e não retornou mais, abandonando o Linea na via pública. Quando o proprietário do carro chegou, disse que iria manobrar o veículo para tirá-lo do meio da rua e fugiu com o automóvel.

A mulher conseguiu identificar quem era o antigo dono do veículo e, então, outra história foi descoberta, que resultou na abertura de investigação do crime de peculato em São Paulo.

Com a informação de que seu veículo envolveu na colisão em Limeira, ele procurou uma delegacia na capital paulista para contar sua versão. Descreveu que em julho de 2020 conduzia o automóvel na Rodovia Raposo Tavares, pois se deslocava até sua empresa, em Cotia, porque ela tinha sido furtada

Porém, no trajeto, foi abordado por uma equipe de policiais militares rodoviários. Por conta de dificuldades financeiras, comunicou aos agentes que o documento do carro estava irregular, bem como sua CNH.

De acordo com o motorista, ele foi orientado pelos policiais a simular que o carro tinha sido abandonado naquele ponto, porque, ainda conforme ele, os agentes descreveram que já tinham acionado a central de operações e, por isso, não poderiam mais liberar o automóvel. ” Este seria rebocado para o pátio de Araçariguama, enfatizando os policiais que provavelmente o veículo seria destinado a leilão e com isso ganharia tempo para regularizar a documentação e recuperá-lo”, descreveu o dono do carro à Polícia Civil.

Toda a conversa ocorreu no local da abordagem e o motorista não aguardou o reboque, seguiu viagem sem o carro até sua empresa. Essa foi a última vez que ele tinha visto o automóvel, até ser procurado pela dona do carro em Limeira para ser informado sobre o acidente.

SEM REGISTROS
Ainda à Polícia Civil, o rapaz citou que, com a informação de que o carro estava circulando em Limeira, ele começou a procurar informações sobre o que aconteceu com o automóvel após a abordagem. Ele, no entanto, não encontrou nenhuma formalização sobre a apreensão do veículo, bem como a entrada dele em nenhum pátio de apreensão.

Na base da PMR, onde conversou com um oficial da corporação, identificou também que nenhum registro administrativo sobre a abordagem ou apreensão tinha sido feito. O tenente que lhe atendeu mostrou foto de policiais e, após reconhecer os da abodagem, a corporação comunicou a abertura de um processo interno para apurar o caso.

Todo esse relato também está em posse da Polícia Civil da capital paulista, que agora apura o crime de peculato. Em Limeira, a mulher registrou a colisão na delegacia virtual e o caso foi distribuído para a delegacia da área, que deve apurar as circunstâncias da colisão.

Foto: Pixabay

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