Cinema, uma paixão: a lista do cinéfilo

por Farid Zaine
@farid.cultura

Todo cinéfilo faz uma lista de seus filmes favoritos. Não raro ocorrem pesquisas entre diretores, críticos, produtores e distribuidores, e assim surgem listas que estabelecem quais são os melhores filmes de todos os tempos. “Cidadão Kane”, de Orson Welles, é frequentador de todas as listas, assim como “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Copolla, só para citar dois dos mais mencionados.

Apaixonado por cinema desde criança, quando não saía de um cinema em Corumbataí (SP), cidade onde nasci, porque o salão que servia para as projeções pertencia ao meu avô paterno, sempre fiz e refiz minha lista de favoritos. Hoje ela vai aqui, como está hoje, sem “Cidadão Kane” e “O Poderoso Chefão”, que resolvi deixar como “hors-concours”, pois minha lista é mais baseada em sentimentos pessoais do que em análises críticas:

Os Melhores filmes de todos os tempos

10 – BEN-HUR (1959), de William Wyler. O épico religioso , com Charlton Heston vivendo Ben-Hur e Stephen Boyd como Messala,  estará para sempre entre os grandes filmes já produzidos, com sua história empolgante, sua pompa e sua trilha sonora arrebatadora. O primeiro a conquistar 11 Oscars, recorde nunca superado, apenas igualado por “Titanic” e “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”.

09 – UM ESTRANHO NO NINHO (One Flew Over The Cukoo´s Nest,1975)- Segundo filme a conquistar os principais Oscars (filme, diretor, ator, atriz e roteiro), proeza conquistada antes por “Aconteceu Naquela Noite” (1934) e depois por “O Silêncio dos Inocentes” (1991), traz uma história magnífica com antológicas interpretações de Jack Nicholson como Randle McMurphy e Louise Fletcher como a enfermeira Ratched.

08 – OS INOCENTES (The Innocents, 1961) – Adaptação do livro “A Outra Volta do Parafuso”, de Henry James, por Jack Clayton. Fotografado em dramático preto e branco, traz Deborah Kerr num dos melhores momentos de sua carreira, em um filme que deu novo norte ao gênero terror.

07 – CABARET  (1972)- O longa de Bob Fosse, com música extraordinária, coreografias antológicas e magnética presença de Liza Minelli, renovou o gênero musical e levantou 8 Oscars.

06 – O PAGADOR DE PROMESSAS (1962) – Clássico do cinema brasileiro, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, a obra de Anselmo Duarte é digna de permanentes revisões. Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, perdeu para o francês “Sempre aos Domingos”, um lindo filme, mas menor.

05 – DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)- O longa de Glauber Rocha, um dos maiores cineastas brasileiros de todos os tempos, carregado de violência e poesia, foi um marco em nosso cinema. Estrelado por Geraldo Del Rey e Yoná Magalhães, com a perfeita utilização da Cantilena das Bachianas nº 5, de Villa-Lobos.

04 – LA LA LAND- Cantando Estações ( La La Land, 2016) – Quando se pensava que tudo tinha sido feito no gênero musical, o diretor Damien Chazelle entrega ao mundo essa obra-prima, cheia de encantamento, imagens inesquecíveis e uma interpretação fabulosa de Emma Stone, vencedora do Oscar de Melhor Atriz.

03- ROMA (2018) – A recomposição minuciosa da infância do diretor Alfonso Cuarón no bairro Roma, da cidade do México, trouxe um inspirador momento para o cinema internacional, neste longa produzido pela Netflix, primeiro a abalar o sistema de Hollywood com 10 indicações ao Oscar. Deveria ter sido “Roma” a conquistar a honra histórica de ser o Melhor Filme Internacional e o Melhor Filme do ano, façanha que coube ao ótimo sul-coreano “Parasita”, no Oscar de 2020.

02- MORTE EM VENEZA  (Morte a Venezia, 1971)- Belíssima adaptação do romance de Thomas Mann pelos olhos do diretor italiano Luchino Visconti. O filme é tão bom quanto a obra-prima de Mann, marco da literatura alemã do século 20. A música de Mahler é ponto forte da trilha sonora desse filme triste e carregado de melancólica beleza.

01 – A MALVADA (All About Eve, 1950) – Com o título original de “All About Eve”, a tradução brasileira confunde: pensa-se que a malvada é a protagonista, Bette Davis, pela ligação da atriz com outros trabalhos em que interpretou mulheres fortes e determinadas. “A Malvada”, no caso, é a personagem interpretada por Anne Baxter, a Eve do título original. O diretor JOSEPH L. MANKIEWICZ  realizou  um demolidor raio X do mundo do espetáculo, focado no teatro. Mas o roteiro espetacular vai além ao perscrutar o desejo humano da fama e do sucesso a qualquer custo.

Claro, minha lista vai longe, pois há dezenas de filmes para os quais eu dou 5 estrelas. Poderia começar outra com “Lawrence da Arabia”, “Um Corpo que Cai”, “Sindicato de Ladrões”, “Roma, Cidade Aberta”… Só neste ano de 2023 poderia acrescentar “Assassinos da Lua das Flores” e “Oppenheimer”. Como a temporada de premiações do cinema 2023/2024 já começa com tudo em dezembro, pode ser que apareçam mais ótimos filmes que consigam mudar qualquer lista.

Maníacos por cinema ou não, cada um tem sua lista dos melhores. Qual é a sua?

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.

error: Conteúdo protegido por direitos autorais.