Autoridades e movimento reagem à denúncia de constrangimento em supermercado de Limeira

A situação pela qual passou Luis Carlos da Silva, de 56 anos, na última sexta-feira (6) no supermercado Assaí, em Limeira, causou comoção e reação até mesmo de autoridades. No Legislativo, a vereadora Isabelly Carvalho (PT) protocolou moção de protesto ao que considerou ato de racismo.

Como o DJ mostrou no último sábado (veja reportagem), Luis, morador do Jardim Paineiras em Limeira, trabalhador de fundição, registrou um boletim de ocorrência por constrangimento ilegal contra o estabelecimento comercial, onde teve de tirar as roupas para provar que não estava levando nada embora sem pagar. Chegou a ficar de cuecas.

Dezenas de pessoas presenciaram e filmaram. Nas imagens, o homem aparece chorando e os que estavam ao redor, indignados.

À reportagem do DJ, Luis disse que acredita ter sido abordado daquela forma por ser negro. Dois advogados presenciaram a cena e tomaram à frente do caso, que deverá ser levado ao Judiciário.

“Esse fato da última sexta-feira demonstra a consolidação de um olhar discriminatório e preconceituoso embasado no racismo corrente. Considerando que a Câmara deve, de acordo com suas funções precípuas, ser uma ferramenta de auxiliar na ampliação destas denúncias e dentro de suas competências através do processo legislativo contribuir rumo a superação dos casos de racismo em nosso município […] submeto à apreciação do plenário”, diz trechos da moção de protesto, que deverá ser votada por todos os vereadores.

O Partido dos Trabalhadores (PT) também se manifestou no final de semana em duas redes sociais. O Movimento Negro de Limeira deverá realizar uma manifestação sobre o caso.

Nota de repúdio

A vereadora Mariana Calsa (PL) também se manifestou em suas redes sociais e publicou uma nota de repúdio, que diz:

“Manifesto aqui toda minha solidariedade ao Luis Carlos da Silva e seus familiares. […] Combater o racismo é dever de toda a população. Espero que a Polícia Civil investigue e traga respostas à vítima e correção a todos que participaram direta ou indiretamente da situação vexatória. Até quando as pessoas serão julgadas pela cor da sua pele?”.

O Assaí informou que demitiu o funcionário envolvido (leia reportagem aqui).

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