Abordagem policial: uma ação necessária para a defesa da sociedade

por capitão Herlon Correa de Paula

Nos dias atuais há uma intensa discussão acerca da legalidade das abordagens policiais, examinando os motivos que levam os agentes de segurança a realizar tais procedimentos, não apenas nas ações da Polícia Militar, mas de todas as Forças de Segurança. É crucial compreender que a abordagem, seja ela com busca pessoal ou veicular, representa um ato no âmbito do “Poder de Polícia” do Estado em relação à sociedade, englobando os setores federal, estadual e municipal. Esse poder consiste na fiscalização por meio de agentes públicos, não se limitando exclusivamente às Polícias ou aos policiais, mas abrangendo a capacidade de verificar o cumprimento da lei por parte de cidadãos ou pessoas jurídicas. Em caso de descumprimento, há legitimidade para tomar medidas em diversas esferas do direito, como Penal, Civil, Administrativo, entre outras.

A Polícia Militar, como instituição pública, possui intrinsecamente o poder de polícia, respaldando as ações dos policiais militares, especialmente no que se refere à abordagem. Essa prática, em suas diversas modalidades no cotidiano do policiamento ostensivo preventivo e na repressão imediata a delitos flagrantes, representa uma ferramenta essencial para proteger os cidadãos de bem. Durante uma abordagem, o policial militar tem a capacidade de prender criminosos, recapturar fugitivos do sistema prisional, apreender armas e recuperar bens subtraídos, restituindo-os às vítimas.

É verdade que nem sempre ocorre o cenário descrito acima. Na maioria das abordagens, cidadãos de bem são parados. Contudo, é imperativo que essas pessoas compreendam a importância dessas ações e o impacto que podem ter nas proximidades, pois a presença policial atuante inibe a ação criminosa, dificultando a prática de delitos por aqueles com intenções maliciosas.

As abordagens realizadas pelos policiais militares seguem um procedimento padrão, ensinado nas Escolas de Formação e constantemente relembrado nas instruções rotineiras da PM, visando aprimorar continuamente as interações com o público e as medidas necessárias. O policial militar é treinado para realizar abordagens, podendo ou não utilizar armas, dependendo da situação e do local de atuação. Embora seja um momento tenso, pois se leva em consideração inicial de que a pessoa abordada esteja armada, a busca pessoal é o primeiro passo para garantir a segurança de todos no local.

A rotina de atuação nas ruas, realizando policiamento preventivo e respondendo às chamadas de emergência não é fácil, especialmente nos dias atuais em que se destaca a discussão sobre direitos em detrimento dos deveres. No entanto, é essencial lembrar que a Constituição Federal atribui a todos a responsabilidade com a Segurança Pública. Nesse ponto, o cidadão deve compreender que, ao colaborar e reconhecer a importância da abordagem policial, está contribuindo significativamente para a segurança da região em que ocorre a ação policial.

Em conclusão, não existe uma fórmula infalível para garantir que as abordagens policiais se restrinjam a criminosos. No entanto, é certo que tais abordagens têm como objetivo primordial a proteção dos cidadãos de bem. Os policiais militares carregam consigo um antigo ditado que resume essa perspectiva: “Numa abordagem policial, ou se faz um amigo, ou se prende um ladrão.”

Polícia Militar, Rumo aos 200 Anos!
Vamos todos juntos, ninguém fica para trás!!

Herlon Correa de Paula é capitão da Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo, comandante da 1ª Companhia da PM em Limeira.

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