Enquanto a viabilidade da construção de uma passarela na Anhanguera no trecho do Bairro dos Lopes, em Limeira, segue em estudos, uma alternativa para conter a velocidade dos carros no local também avança: a instalação de um radar fixo no km 134,5.
O equipamento, cujo objetivo é coibir o excesso de velocidade nas vias, não está previsto no contrato de concessão entre o Governo do Estado de São Paulo e a AutoBan, concessionária que administra a rodovia. Ainda assim, um processo administrativo já tramita na Agência de Transporte do Estado (Artesp), conforme ofício assinado pelo diretor-geral Milton Roberto Persoli.
O documento foi enviado neste mês à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A passarela é uma reivindicação dos moradores do Bairro dos Lopes há mais de 33 anos. A primeira indicação feita ocorreu em 1988 na Alesp.
O trecho já registra 25 atropelamentos, com 16 óbitos. A população local depende da travessia na Anhanguera para ir a bairros vizinhos, buscar atendimento em unidade de saúde e até mesmo voltar para casa depois do trabalho. A Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara de Limeira acompanha a luta dos moradores e intermedia reuniões com autoridades para buscar recursos e viabilizar a passarela.
Em 15 de junho de 2018, o assunto foi debatido na Secretaria de Logística e Transportes, segundo histórico indicado pela diretoria da Artesp. Na ocasião, foi explicado à Prefeitura de Limeira e ao deputado federal Miguel Lombardi que a implantação da passarela é uma obrigação contratual da concessionária sempre que o fluxo de pedestres que cruzam a rodovia superar 80 travessias em uma hora. Porém, as contagens no local apontavam travessias inferiores a 20 pedestres na hora pico.
A AutoBan desenvolveu, a partir daquele encontro, um projeto funcional para a obra, com melhorias adicionais para incremento da segurança viária, como implantação de viário municipal e ponto de parada de coletivos na pista norte. Segundo a Artesp, estas melhorias adicionais não interferem na implantação da passarela.
Após análise, o projeto funcional da passarela foi considerado em condições de aprovação técnica, com ressalvas pelas áreas técnicas da Artesp. A AutoBan apresentou planilhas de quantidades e serviços para implantação das obras. Essa planilha, segundo a agência estadual, deveria servir de referência para a Prefeitura de Limeira elaborar seu próprio orçamento para viabilização da obra.
A Prefeitura de Limeira defende, primeiro, que o recurso necessário para a construção de todo o sistema da passarela – mais de R$ 11 milhões – seja destinado para, somente depois, gastar na elaboração de um projeto mais atualizado.
No entendimento do Executivo, fazer o projeto sem a garantia do recurso é arriscado – se o dinheiro não chegar, o Executivo terá feito despesa para um projeto ficar na gaveta. Já deputados estaduais ouvidos pela Comissão de Obras dizem que é necessário, primeiro, um projeto executivo atualizado para, em seguida, o recurso ser alocado.
Enquanto a construção da passarela não avança, a Artesp analisa a implantação do radar no trecho para reduzir a velocidade dos carros e minimizar os riscos de acidentes. Não foram informados prazos sobre a conclusão dos estudos.
Foto: Google Maps
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