Justiça de Limeira manda banco suspender desconto de aposentadoria de idosa que não pediu empréstimo

O juiz da 1ª Vara Cível de Limeira, Guilherme Salvatto Whitaker, mandou o Banco Bradesco suspender descontos da aposentadoria de uma idosa, que recebe salário mínimo, vítima de golpe. A decisão é da última terça-feira e o banco tem 10 dias para cumprir, sob pena de multa a cada desconto irregular.

O caso defendido pela advogada Ana Claudia Cintra também serve de alerta a tantas pessoas, especialmente idosos aposentados, que muitas vezes recebem telefonemas de pessoas que se passam por funcionários de bancos.

O caso desta idosa aconteceu em fevereiro, quando no dia 1º, ela recebeu uma ligação que identificava na tela do celular ser do Bradesco Seguros. Do outro lado da linha, o homem se apresentou como sendo da agência e falou diretamente o nome dela, perguntando se ela conhecia a solicitação de um empréstimo no valor de R$ 15 mil, para pagamento em 36 vezes de R$ 899 por meio de sua conta do Banco Bradesco, o que foi prontamente negado.

Neste mesmo dia, sem qualquer autorização, o Banco Bradesco depositou um valor de R$ 5.530,29 na conta da mulher, a título de empréstimo pessoal. Em seguida foi gerado e pago um boleto de cobrança no valor de R$ 4.998, deixando um saldo positivo na conta de R$ 316,10.

Aflita, a mulher dirigiu-se à sua agência bancária, conversou com um atendente, que a surpreendeu com a informação de que tudo tinha sido um golpe e que o banco não se responsabilizava pelo prejuízo por ela sofrido. Também sugeriu que ela fizesse um empréstimo para saldar o valor subtraído, o que também foi negado por ela.

Preocupada em ter descontado indevidamente o valor das parcelas de sua aposentadoria, retornou ao banco para obter informações sobre as datas previstas para os descontos das parcelas deste empréstimo fraudulento e foi informada por uma atendente do banco que estavam previstos descontos de 72 parcelas no valor de R$ 400, iniciando em 2 de maio até
2 de abril de 2029, totalizando R$ 28 mil.

A idosa registrou boletim de ocorrência e assistência jurídica para impedir maiores prejuízos. Além de ressarcimento e fim dos descontos, a advogada pediu indenização por danos morais, o que será analisado posteriormente, durante a instrução processual. De imediato, a decisão judicial é para impedir que mais descontos sejam feitos até que a parte (banco) se manifeste e o juiz possa analisar os documentos e sentenciar o caso.

Foto: Pixabay

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