Governo indicará gestores para empresas investigadas por narcotráfico

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Conselho Federal de Administração (CFA) vão indicar um grupo de profissionais para gerir três das empresas alvo da Operação Narcobroker, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (04), em ação conjunta com a Receita Federal.

Segundo a PF, as companhias eram usadas em um suposto esquema organizado por um grupo de narcotraficantes que enviava cocaína para a Europa. De acordo com o Ministério da Justiça, as três empresas confiscadas e outras que estão sendo investigadas serviam para lavar dinheiro ilícito.

Os interventores serão indicados pela Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), vinculada ao ministério, junto com o CFA. A medida é fruto de uma parceria firmada em junho deste ano para permitir que empresas apreendidas em ações de combate ao crime organizado possam continuar a executar suas operações legais, evitando prejuízos para funcionários e para a economia.

Com a parceria, o CFA criou um banco de dados contendo uma relação de administradores habilitados a avaliar e gerenciar empresas. Os profissionais cadastrados e habilitados podem ser acionados de acordo com a necessidade. Além de evitar a depreciação do valor da empresa confiscadas, a medida visa a gerar recursos para a União.

Ao autorizar a deflagração da Operação Narcobroker, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas de 68 pessoas físicas e jurídicas, que, segundo investigações iniciadas em 2019, movimentaram juntas cerca de R$ 1 bilhão, entre 2018 e 2020.

Também com autorização judicial, foram sequestrados mais de R$ 40 milhões em bens como imóveis e veículos de luxo. Segundo a PF, só uma das casas vale aproximadamente R$ 6 milhões e teria sido comprada pelo suspeito de chefiar o grupo investigado. As ações ocorreram nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo

Ainda de acordo com a PF, as investigações apontam que os integrantes da organização criminosa utilizavam empresas fantasmas e de fachada para comprar mercadorias de origem orgânica a fim de dificultar a atuação dos órgãos de fiscalização e segurança. As mercadorias eram acondicionadas em contêineres com destino à Europa, nos quais grandes quantidades de cocaína eram escondidas.

Fonte: Agência Brasil
Foto: Marcelo Casall Jr/Agência Brasil

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