Sancetur culpa funcionários por paralisação no transporte coletivo de Limeira

A Sancetur, empresa responsável pelo transporte coletivo de Limeira, se manifestou pela primeira vez a respeito da paralisação do serviço ocorrida na quinta-feira (17/06) e apontou um “movimento de greve dos funcionários, que fora realizado de forma abusiva e ilegal”. O posicionamento consta em documento protocolado na Justiça para se defender do cumprimento de sentença solicitado pelo Ministério Público (MP), que viu desrespeito à decisão judicial que ordena a manutenção dos ônibus nas ruas durante a pandemia.

A petição informa que, naquela madrugada, antes da saída dos veículos, os motoristas exigiram reunião com a gerência da Sancetur, já que tinham ouvido boatos de que não seria pago o adiantamento salarial e haveria demissões.

A empresa alega que, na reunião, foi relatado aos funcionários que a Prefeitura de Limeira dificilmente conseguiria fazer o repasse do subsídio complementar devido à resistência da Câmara Municipal em aprovar o projeto de lei, que seria votado naquele mesmo dia (e foi rejeitado pelos vereadores). Sem o repasse e com a baixa quantidade de passageiros, a Sancetur avisou que teria problemas em fazer o adiantamento e possivelmente haveria algumas demissões para reduzir o custo da operação.

Diz a Sancetur que, após a reunião, os empregados deflagraram a greve de forma ilegal e abusiva, sem aviso prévio à empresa, usuários e à Prefeitura de Limeira, deixando de realizar o serviço de transporte coletivo.

A empresa informou que fez esforço para obter quantia suficiente para quitar o adiantamento salarial e os funcionários suspenderam a greve, retomando os serviços na manhã seguinte. Antes, ainda na quinta-feira, a Justiça de Limeira ordenou a volta das linhas de ônibus atendendo o pedido do Ministério Público que apontou descumprimento de acordo formulado perante o Judiciário limeirense.

No entendimento da Sancetur, a paralisação dos funcionários foi ilegal e apontou que a ação do MP foi desnecessária, porque a empresa não descumpriu o acordo. Por esta razão, e pelo fato de também haver uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) reconhecendo a paralisação ilegal dos trabalhadores, a Sancetur pediu a extinção do cumprimento da sentença. O pedido será analisado pela juíza da Vara da Fazenda Pública, Sabrina Martinho Soares.

O que diz o sindicato?

Alex Aparecido de Oliveira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindtrul) rebateu o posicionamento da empresa. “O movimento que permitiu a paralisação partiu da empresa. Sempre procuram o lado mais fraco para colocar a responsabilidade, mas partiu da direção da empresa”, confirmou ao DJ.

O sindicato soube da possibilidade de demissões por meio de vereadores – a informação foi divulgada na sessão da Câmara desta segunda-feira (22/06). “Até então, o sindicato não foi comunicado. No dia da paralisação, a empresa informou que não pagaria o adiantamento e seriam dispensadas 50 pessoas”, completou.

A empresa confirmou ontem ao DJ que fará uma reorganização no quadro de funcionários com demissões, mas sem informar o número de desligamentos. Procurada, a Prefeitura de Limeira disse que não se manifestará sobre as demissões e as informações devem ser obtidas com a Sancetur.

Foto: Prefeitura de Limeira/Arquivo

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