A Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) de Rio Verde, deflagrou na quarta-feira da semana passada (15/5) a Operação Farmers para desarticular uma associação criminosa especializada em delitos de estelionato e lavagem de dinheiro. As investigações chegaram a um casal de Limeira (SP), que também foi preso.
A operação foi realizada nos Estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo e no Distrito Federal, resultando na prisão de 8 investigados e 19 mandados de busca e apreensão, todos cumpridos. Foram apreendidos quatro veículos de luxo, como Ferrari, Porsche Cayenne e Jaguar, duas motocicletas esportivas, relógios de grife e significativas quantias em dinheiro. A operação mobilizou 80 policiais civis.
As vítimas são empresários do ramo agropecuário de Rio Verde que tiveram prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões. De acordo com a Polícia Civil de Goiás, os investigados foram a Rio Verde e prometeram aos fazendeiros locais uma forma de baratear seus custos de produção agrícola.
Eles prometiam a importação de insumos para produção a baixo custo, dando até vantajosos descontos na aquisição desses insumos. A partir daí, convenciam as vítimas a se associarem e fundarem uma empresa para adquirir esses insumos por meio deles, os quais seriam importados por uma outra empresa, que segundo a polícia era, na verdade, de fachada, constituída somente para aplicar os golpes nas vítimas.
O limeirense aparece em depoimento que o aponta como o responsável por utilizar escritórios de parceiros comerciais como se fosse a sede da empresa, de forma a imprimir credibilidade nas negociações, já que a empresa não tinha escritório físico. Uma outra empresa, por exemplo, teria enviado nota fiscal falsa contendo as informações SIMPLES NACIONAL e a descrição EM ESTOQUE referente aos produtos “MAK” e “KCL, com o intuito de demonstrar às vítimas que a empresa possuía tais produtos que seriam adquiridos, mas depois era cancelada. O único propósito, como consta, era de ludibriar as vítimas.
O limeirense tinha CNPJ sediado em Rio Verde, mas que a Polícia verificou em diligências que não passava de uma empresa “fantasma”, que nunca existiu de fato. Foi apurado que a esposa dele, também presa durante a operação, teve um aumento expressivo de patrimônio “de uma hora para outra”, tendo adquirido cinco cotas, de um total de seis, de um imóvel, pelo valor de R$ 583.333,35, além de um automóvel avaliado em R$ 150 mil, tudo em apenas cinco dias após o fim do desvio considerado fraudulento dos recursos obtidos com o crime.
A mulher foi representada pelo advogado José Renato Pierin Vidotti. Foram apresentados documentos que demonstram a origem do dinheiro quanto ao imóvel e o veículo. O defensor pediu a imeadiata soltura pelo término do prazo da prisão temporária, sem prorrogação, o que aconteceu. A mulher foi solta e o marido teve a prisão preventiva decretada.
Foto: Divulgação/Polícia Civil de Goiás
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