“Golpe da mão fantasma” faz vítimas em Limeira e casos chegam à Justiça

No final de agosto, a Polícia Federal (PF) fez um alerta contra uma nova modalidade de golpe, conhecido como “Golpe da mão fantasma”. As vítimas são induzidas a instalar um aplicativo no celular e, com isso, os criminosos conseguem acessar remotamente o dispositivo. No controle do telefone, eles entram nas contas bancárias e efetuam transações. O DJ identificou casos que ocorreram em Limeira e chegaram à Justiça, em ações propostas pelas vítimas contra os bancos que gerenciam suas contas.

Num dos casos em Limeira, cuja ação tramitou na 4ª Vara Cível, a vítima descreveu que uma pessoa ligou para ela, simulou ser funcionária do banco, informou que a conta bancária tinha sido hackeada e, para fazer uma varredura no telefone, o limeirense deveria instalar um aplicativo. O autor da ação acreditou na versão do golpista, instalou o aplicativo e percebeu que o criminoso passou a ter acesso à conta.

Primeiro, o golpista tentou fazer um empréstimo, mas não conseguiu. Mas teve sucesso em sacar R$ 4.999,99 e convenceu o dono da conta a transferir R$ 11.538,29 para um terceiro. Após descobrir o golpe, o limeirense registrou boletim de ocorrência e processou o banco, por acreditar que a empresa falhou em garantir a segurança que impediria o prejuízo.

Nessa ação, juiz Marcelo Ielo Amaro não constatou nenhuma participação ou contribuição do banco réu, ou seja, sem nexo de causalidade que o ligasse à prática ilícita, e a julgou improcedente no último dia 19.

OUTRO CASO
Outro caso que tramitou na 5ª Vara Cível de Limeira, julgado no mesmo dia pelo juiz Flávio Dassi Vianna, o crime foi praticamente o mesmo, mas a vítima alertou o banco para não efetuar a transação e, mesmo assim, a empresa consumou e acabou condenada a indenizar a dona da conta por danos morais.

Assim como no caso anterior, houve uma ligação de falso funcionário que convenceu a vítima a instalar o aplicativo e, durante o golpe, recebeu outra chamada do banco que queria confirmar o empréstimo  de R$ 13.347,46.

A mulher, então, identificou o crime e, apesar de alertar o banco, o mesmo não cancelou os empréstimos e não estornou os valores retirados da conta, que foram transferidos para conta de terceiros. Ela pediu o cancelamento do contrato, proibição de qualquer cobrança pela transação efetuada com fraude e indenização por danos morais. O magistrado atendeu integralmente os pedidos e condenou o banco a indenizá-la em R$ 10 mil.

COMO SE PROTEGER
De acordo com a PF, os bancos não fazem contato com os clientes pedindo a instalação de aplicativos ou dados pessoais via telefone. A orientação é que os clientes nunca informem dados ou atendam pedidos feitos por ligações ou mensagens de texto.

Cerca de 40 mil pessoas no Brasil já foram vítimas do “Golpe da mão fantasma” e a tática usada pelos criminosos, de acordo com a PF, sempre envolve deixar as pessoas em pânico, com alegações sobre invasão da conta bancária.

Foto: Pixabay

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