Uma megaoperação realizada nesta quarta-feira (18) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Distrito Federal em conjunto com a 3ª e a 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prossus), a nível federal, visa apurar um esquema que resultou no desvio de milhões de reais em dois contratos destinados ao fornecimento emergencial de leitos de UTI’s, entre o período de março a outubro de 2020. Policiais civis de São Paulo visitaram um endereço em Limeira e uma médica de 42 anos tentou barrar a ação policial. Ela acabou detida, conduzida à capital e os órgãos públicos ainda não confirmaram que a médica era um dos alvos da operação.
A investigação foi conduzida diretamente pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e identificou eventuais crimes na contratação de leitos de UTI pelo Instituto de Gestão Estratégica em Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). A partir da apuração, foi desencadeada hoje a Operação Ethon para cumprimento de 61 mandados de busca e apreensão.
Conforme o Ministério Público, duas empresas foram contratadas. Uma delas responsável por 50 leitos no Hospital Regional de Santa Maria e a outra que forneceu 20 leitos no Hospital de Base e outros 10 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião. “Para além do superfaturamento de preços ofertados pelas empresas que participaram da seleção e do direcionamento das contratações em favor das empresas, as investigações também apontaram que as empresas não forneceram insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade exigidos. As ilegalidades praticadas tiveram como consequência a ocorrência de altíssimas taxas de mortalidade nos leitos de UTIs de alguns hospitais administrados pelas empresas”, informou por meio de nota.
.Os mandados de busca e apreensão expedidos foram cumpridos no Distrito Federal e em cidades do Amazonas, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Em Limeira, os policiais visitaram um endereço no Jardim Mercedes e a médica tentou impedir os trabalhos. Ela foi detida e apresentada na Delegacia de Capturas da Capital paulista, onde acabou indiciada por lesão corporal, desacato, desobediência e resistência. O caso está em andamento e não há informação se ela permanecerá detida ou se após o registro será liberada.
O NOME DA OPERAÇÃO
O nome da operação faz alusão a Ethon que, segundo a mitologia grega, era o abutre enviado por Zeus diariamente ao monte Cáucaso para devorar o fígado de Prometeu. O fígado de Prometeu se reconstituía completamente para, no dia seguinte, voltar a ser devorado por Ethon.
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