Acusados de “tribunal do crime” em Cordeirópolis viram réus

A Justiça de Cordeirópolis recebeu na semana passada a denúncia contra cinco homens que, de acordo com o Ministério Público (MP), organizaram um “tribunal do crime” no mês passado no Jardim Cordeiro, em Cordeirópolis. Um dos acusados foi preso pela Guarda Civil Municipal (GCM) nesta quarta-feira (1) no Centro da cidade.

Na denúncia, a promotora Aline Moraes descreve que os réus M.R.S.P., D.J.G., L.R.C.P., W.R.R. e M.S.E. integram a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O último, se envolveu numa em uma desavença com um adolescente que também integra o PCC por conta de dívidas com o tráfico de entorpecentes. A promotora cita ainda que M.S. é amasiado com uma mulher que está grávida e, em outras ocasiões, praticou violência doméstica contra ela.

A desavença teve outras consequências para M.S. e sua esposa. Eles foram sequestrados no início do mês e colocados sob cárcere no imóvel no Jardim Cordeiro. Ambos ficaram num cômodo pequeno, sujo, quente e sem iluminação. “Os denunciados e o adolescente também não forneciam alimentos às vítimas, deixando-as nestas condições precárias durante pelo menos dois dias, período em que eles revezaram na vigilância do imóvel, ora na parte interna, ora na parte externa, a fim de evitar que terceiros notassem o que estava ocorrendo. Tudo isso para permitir que M.S. fosse julgado pelos outros membros do PCC em razão das condutas inapropriadas, em uma espécie de tribunal paralelo que é vulgarmente conhecido como ‘Tribunal do Crime’”, mencionou Aline.

O tribunal criminoso apenas não ocorreu porque as forças policiais de Cordeirópolis descobriram a pretensão do bando, foi ao local, prendeu acusados e encontrou o casal, além de apreenderem porções de entorpecentes. Na ocasião, um dos réus não foi preso em flagrante. Trata-se de L., que informou que apenas estavam no local, mas não tinha qualquer relação com a situação. Porém, no decorrer das investigações, policiais descobriram mensagens que o colocavam como um dos integrantes do bando e ciente o tribunal criminoso. A Justiça, então, determinou a prisão preventiva dele e a captura ocorreu na tarde de quarta-feira.

O MP pede a condenação de todos, inclusive o rapaz que seria julgado, pelo crime de organização criminosa. Com exceção de M.S., os demais também serão julgados pelo crime se sequestro com agravante (grave sofrimento físico ou moral). M.R. também responde pelo crime de tráfico de entorpecentes.

Todos se tornaram réus no último dia 30, quando o juiz Luiz Gustavo Primon, da Vara Única de Cordeirópolis, recebeu a denúncia e abriu a ação penal. A defesa de cada um tem prazo para ofertar sua respectiva versão.

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