Adeus, Elizabeth

por Farid Zaine
@farid.cultura

Marcou profundamente o noticiário do mundo todo a morte, aos 96 anos, da Rainha Elizabeth II, a mais longeva monarca do Reino Unido, com 70 anos de reinado. Simpática, afável e com aquele ar de avó carinhosa, a imagem de Elizabeth chegou aos olhos do planeta e entrou nos corações das pessoas, mesmo as que vivem nos mais distantes países.

Coroada aos 25 anos, Elizabeth II teve a árdua tarefa de manter unida a família e a imagem da Monarquia, apesar dos acontecimentos que tumultuaram o século e das questões familiares que envolveram romances, traições, renúncias e fatos que alimentaram a curiosidade do público e forneceram sempre farto material para a imprensa. É só nos lembrarmos do casamento de Charles com Diana, o envolvimento dele com a atual esposa, agora Rainha Consorte, Camilla Parker Bowles, e o trágico destino da Princesa de Gales após sua sofrida separação sob os holofotes do mundo.

Elizabeth II foi conduzindo seu reinado de forma discreta e construindo sua imagem de soberana que reuniu as qualidades de força e serenidade como nenhuma outra. Uma carga que fica para o Rei Charles III, agora incumbido de desempenhar o papel que sua mãe realizou com tanta nobreza.

Não poderia ser diferente, e o cinema e a TV encontraram na vida de Elizabeth motivos de sobra para produções de filmes e vídeos, séries de sucesso e documentários. Na semana em que a monarca dá seu adeus, após longa vida e pouco tempo depois da partida de seu companheiro, o Príncipe Phillip, em 2021, é inevitável uma busca pelo que de melhor se fez sobre sua vida pessoal e sua trajetória como Rainha.

Os fãs de “The Crown”, extraordinária série da Netflix, já aguardam com ansiedade o lançamento da quinta temporada, previsto para novembro. Com certeza é um rico material para uma revisão da história de Elizabeth II, mesmo que a série não seja exatamente fiel aos acontecimentos reais.

“The Crown” conseguiu a proeza de fazer o mundo todo se encantar pela realeza britânica, quando todos puderam mergulhar em décadas de uma história fascinante, através de uma produção requintada e roteirizada de forma a dar ao público um entretenimento capaz de provocar as mesmas – ou maiores – emoções que uma história totalmente ficcional provoca.

Claire Foy e Olivia Colman deram credibilidade e dignidade à imagem de Elizabeth em suas interpretações nas primeiras temporadas. A próxima a se apresentar como a soberana, na quinta temporada é a igualmente talentosa , Imelda Staunton, conhecida pela atuação na cinessérie do bruxinho Harry Potter e como Vera Drake no longa “O Segredo de Vera Drake”, pelo qual foi indicada ao Oscar. Não há detalhes ainda sobre o que vem pela frente, na sexta temporada.

Outro momento importante na captação cinematográfica da vida de Elizabeth foi através do longa “A Rainha”, que deu à magnífica Helen Mirren o seu mais que merecido Oscar de Melhor Atriz em 2007. “A Rainha” tem direção do consagrado Stephen Frears, diretor de grandes filmes, entre eles a célebre adaptação de “Ligações Perigosas”, de 1988, com Glenn Close num de seus melhores momentos no cinema.

Muito mais se pode achar nas redes sobre a vida de Elizabeth II. Destaco esses dois trabalhos, que podem ser vistos ou revistos agora, nesta semana de despedidas a uma das mulheres mais amadas do seu tempo, esse tempo em que convivemos com sua imagem e seu sorriso , iluminados pelos seus alegres e coloridos figurinos.

Quase todas as matérias da TV sobre a morte de Elizabeth II terminam com seu adeus, um aceno delicado de suas mãos enluvadas ao qual todos nós, do sofá de casa, temos vontade de responder.

The Crown – série com quatro temporadas disponíveis na Netflix.
Cotação: ***** ÓTIMA

A Rainha – longa de Stephen Frears, com Helen Mirren, disponível no Starzplay e no Globoplay
Cotação: ****MUITO BOM

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