Urna eletrônica ou voto impresso? Veja o que pensam os representantes locais

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levantou, mais uma vez, a discussão sobre o atual sistema eleitoral com urnas eletrônicas. A um ano e meio das eleições gerais, ele defende o voto impresso auditável e causou um grande impasse com instituições e autoridades ao atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, na última sexta-feira (9) – veja aqui.

Nas últimas eleições, todos que ocupam cargos no Executivo e Legislativo, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, foram eleitos por meio das urnas eletrônicas. Mas o que pensam os chefes destes poderes em Limeira, Iracemápolis e Cordeirópolis?

O DJ falou com eles. Veja:

Limeira

Prefeito Mario Botion (PSD)
Penso que o sistema já deu provas que é seguro, pois está à disposição há muito tempo e, até este momento, não há indícios concretos de qualquer problema.
O voto impresso não trará o fim de dúvidas sobre seu sistema também.
O sistema vem funcionando bem e não vejo motivo para mudanças neste momento.
Participei de quatro eleições e não tive dúvida em nenhuma delas, pois tive êxito em algumas e não tive em outras. O sistema é seguro e gerar mais papel com o voto impresso não tem cabimento, pois no conteúdo ele também usará os dispositivos da informática/tecnologia também e, se a dúvida é o sistema usado, não haverá segurança maior no voto impresso.
Penso que criar dúvidas neste momento é somente fomentar questões políticas; políticas partidárias.

Presidente da Câmara, vereador Sidney Pascotto (PSC), Lemão da Jeová Rafá
Dou toda razão ao presidente Jair Bolsonaro em querer voto impresso, um presidente que não teve um minuto de sossego para governar, mesmo fazendo uma mudança radical no País, e que fez nós brasileiros acreditarmos que há jeito para o Brasil. Quanto a reação de algumas instituições quanto ao voto impresso, se não existem problemas em termos voto impresso porque não aceitam, então?
O atual sistema é copiado por qual País? Por que será que poderes duvidosos de nosso País fazem de tudo para voltar práticas duvidosas que com o governo do presidente Bolsonaro desapareceram? Então, voto impresso vem dar mais transparência à eleição.
Quanto ao impasse entre poderes, vejo que existem muitas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e Legislativo. Nós, os representantes legítimos eleitos pelo povo, muitas vezes ficamos reféns. Entendo a importância do Poder Judiciário, mas a forma como está sendo feito é um caso a se pensar. Analisamos esta CPI muito mais política do que investigativa, com alguns membros sem moral alguma; nem estar senadores poderiam, mas, enfim, estamos em uma democracia jovem, apesar da população estar muito mais atenta a política e pronta para expressar e fazer a democracia vencer. Enfim, conquistamos uma mudança no Brasil e jamais permitiremos a volta da política corrupta.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.

Iracemápolis

Prefeita Nelita Michel (PL)
Ao meu ver, a urna eletrônica tem se mostrado eficiente até aqui. No entanto, maneiras que tornem o processo cada vez mais transparente na parte operacional são bem-vindas, seja no voto eletrônico ou impresso.
Precisamos analisar com muita cautela e cabe ao Executivo cumprir qualquer que seja a decisão.

Presidente da Câmara, vereador Jean Ferreira (Cidadania)
Sim, acredito no atual sistema eleitoral, pois seria incoerente da minha parte dizer ao contrário, uma vez que através deste sistema é que fui eleito. Além disso, acredito que esse sistema garante técnicas legais que proporcionam maior organização popular com base nas circunscrições eleitorais.
Sobre o voto impresso, primeiro pronto é que seria um retrocesso gigantesco para a nossa política devido o grande risco de fraude, por não manter sigilo do voto e por ameaçar a livre escolha do eleitor, além de deixar o processo de apuração mais lento. Segundo que é inconstitucional de acordo com a Lei das Eleições, que foi uma decisão tomada pelo Plenário virtual do Supremo Tribunal Federal.
Quanto ao impasse entre os representantes dos poderes num momento como esse, acredito que o que estamos vivendo hoje não é uma simples crise de governo, é uma crise de regime. Há uma crise de regime porque há sinais claros de que o sistema político, como um todo, está desgastado devido a esse impasse entre os representantes. Infelizmente, não estamos conseguindo produzir alternativas que conduzam a uma saída para as várias crises sobrepostas que o país está enfrentando atualmente. É notável que as coisas não estão caminhando como deveria, e dificilmente teremos resultados diferentes dos atuais se os poderes continuarem agindo da forma que estão.

Cordeirópolis

Prefeito Adinan Ortolan (MDB)
A evolução dos equipamentos, da urna eletrônica, é positiva e é importante. Não sei se o voto impresso vai dar mais ou menos garantia porque, se houvesse alguma forma de burlar, pode também ser possível burlar o software. Eu acredito que o sistema eleitoral brasileiro, por meio do voto eletrônico, é uma evolução e não temos nenhuma notícia, nenhum fundamento, absolutamente nada que diga que o sistema da urna eletrônica alguma vez foi corrompido.
Já temos esse sistema há muito tempo e é copiado por países do mundo inteiro. Eu acho que é muito mais uma questão relacionada com choro de perdedor do que efetivamente uma preocupação. Acho que temos coisas muito mais importantes para nos preocupar, como a própria pandemia, racionamento, o desenvolvimento econômico e tecnológico que o Brasil precisa.
Acho que o presidente está totalmente equivocado e passou da hora de ele descer do palanque e começar a governar. Essa obsessão dele em relação à reeleição, já que ele só fala disso, está mais prejudicando do que ajudando o governo dele.
Eu perdi eleições com a urna eletrônica e ganhei eleições com ela, e não vejo que tenha havido interferências. Você perde eleição quando falta voto. Por isso que acho que ele deve se preocupar muito mais em reverter esse desgaste que está acontecendo, que foi causado por ele mesmo através de suas atitudes ou falta delas, do que querer dar uma de Trump.
Minha preocupação é mesmo com as instituições brasileiras. Não podemos romper a ordem democrática e se Bolsonaro ganhar a reeleição, continua mais quatro anos. Se perder, o que ganhar a eleição assume e ponto. É assim que funciona.

Presidente da Câmara, vereador Carlos Barbosa (MBD)
Sou particularmente favorável ao voto impresso. Acho que, sendo desta maneira, teremos uma eleição mais democrática. Esse é o meu pensamento. Então, sou amplamente favorável ao voto impresso.

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