por Marcos Cordasso
No domingo (27/4), Limeira (SP) foi palco de dois sinistros de trânsito gravíssimos, registrados entre a madrugada e a manhã. Tragédias como essas expõem, mais uma vez, uma realidade triste que não é exclusiva do nosso município — mas que infelizmente se repete em todo o país.
Como educador na área de segurança no trânsito, afirmo com convicção: essas tragédias são evitáveis. Enquanto a sociedade continuar romantizando os acidentes e tratando as mortes como meros “fatos isolados”, seguiremos contando vítimas. No trânsito, nenhuma morte é aceitável.
É urgente uma mudança de postura. Precisamos, sim, de atitudes mais enfáticas, ainda que muitos, por falta de conhecimento ou compreensão, enxerguem isso como algo polêmico. A fiscalização de trânsito precisa ser mais ativa e presente. E, quando isso acontecer, que a sociedade entenda que ela não é um castigo, mas uma ferramenta educativa e preventiva.
Todos os sinistros têm uma causa — e, na maioria das vezes, essa causa é humana: excesso de velocidade, imprudência, negligência ou imperícia. Falta consciência, falta educação, falta apoio à fiscalização. Apoio, sim. Chega de ver a fiscalização e as punições como mera forma de arrecadação. Precisamos entender que aplicar penalidades a quem infringe a lei é proteger vidas.
A fiscalização deve ser estratégica. Se o problema em determinada via é o excesso de velocidade, por exemplo, devemos atuar exatamente ali: educando, fiscalizando e punindo quem insiste em desrespeitar os limites. É assim que salvamos vidas.
Treinamento, educação e conscientização também são fundamentais para os agentes de trânsito. Precisamos de profissionais preparados, justos e éticos.
Infelizmente, as vidas perdidas não podem ser recuperadas. Ficam apenas a dor e as lágrimas dos que ficaram. Não seja a próxima vítima. Diga não à imprudência. Não romantize mortes violentas. Encare a realidade com seriedade.
Encerro este texto com uma frase de James R. Sherman:
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”
Marcos Cordasso (@cordasso.limeira) é policial militar e especialista em trânsito
Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar
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