Servidores de Limeira reagem à retirada de verba da Educação para a Sancetur e preparam paralisação

A aprovação, em regime de urgência especial, do projeto que autoriza a Prefeitura de Limeira a repassar R$ 5,5 milhões à Sancetur, empresa responsável pelo transporte coletivo, provocou reações enérgicas, especialmente entre servidores da área da Educação. Na sexta-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsel) vai mobilizar os servidores para que atrasem as entradas por uma hora em protesto.

A polêmica ocorre porque o dinheiro que será transferido à viação sairá da Secretaria da Educação. A alegação da pasta é que a verba foi sobra de gastos não ocorridos durante o período da pandemia e que nenhum programa da Educação será afetado com o remanejamento. O posicionamento, porém, é rebatido pelos servidores.

No dia em que o prefeito Mario Botion protocolou o projeto e mobilizou sua base para votá-lo em regime de urgência, vários servidores estavam na casa para um manifesto das monitoras escolares. “Temos lutado por melhores condições de trabalho, visto que a categoria está sem reajuste salarial há dois anos, enquanto a inflação não para de crescer, tornando insustentável se manter com o mesmo salário de dois anos atrás. Além disso, elas enfrentam falta de mão de obra, desvios de função, dentre diversas dificuldades, e por isso, estão sendo sobrecarregadas”, alegou o sindicato.

A entidade afirma que o ensino tem sido sucateado cada vez mais e os servidores foram surpreendidos pelo projeto que retira verba da Educação, “mesma pasta que está há dois anos sem reajuste e com falta de pessoal”, segundo o Sindsel.

Além do atraso na entrada que os servidores farão na sexta-feira, eles também devem comparecer em frente à Câmara Municipal na próxima segunda-feira (06/12), em ato de repúdio.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) também vai apoiar a rápida paralisação de sexta e o ato na próxima segunda. A entidade divulgou nesta terça-feira (30/11) uma moção de repúdio à retirada de dinheiro da dotação orçamentária da Educação para repasse à Sancetur.

“Repudiamos aqui a forma autoritária como esse projeto que retira direto da educação milhões de forma imoral foi aprovada na Câmara Municipal de Limeira, em época de pandemia, onde necessitamos de recursos, inclusive para segurança de nossas crianças em sua locomoção até as escolas através do transporte escolar. Tal fato demonstra mais uma vez que a Secretaria da Educação não tem planejamento visando a melhoria estrutural da nossa rede, permitindo que recursos da pasta sejam entregues e repassados ao setor privado”, afirmou o Conselho Estadual de Representantes da Apeoesp em Limeira.

Foto: Sindsel

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