Sem uniforme G, mulher acusa gordofobia, mas aciona empresas erradas

Uma mulher alegou ter sido vítima de gordofobia ao ser impedida de participar de uma campanha promocional por vestir manequim tamanho “G”. Segundo ela, a exclusão teria ocorrido porque só havia uniformes no tamanho “P”. A situação resultou em um processo por danos morais, mas o caso teve um desfecho inesperado: a autora processou empresas sem vínculo com os fatos.

A decisão do dia 6 de junho de 2025 é do juiz Marcelo Vieira, do Juizado Especial Cível de Limeira (SP), que extinguiu a ação sem julgamento do mérito. O magistrado entendeu que as empresas citadas não tiveram qualquer participação na contratação, seleção ou comunicação com a autora.

Segundo os autos, as rés comprovaram que outras empresas terceirizadas eram as responsáveis pela gestão da campanha e pelo fornecimento de mão de obra, além de confirmarem que não houve qualquer relação jurídica direta com a mulher que se sentiu discriminada.

“Não há nos autos qualquer prova de que as [requeridas] tenham ordenado, participado ou sequer tomado conhecimento das alegadas condutas discriminatórias”, afirmou o juiz Marcelo Vieira na sentença.

As rés também demonstraram que não atuam no segmento de promoção ou marketing, e que os nomes mencionados na ação pertencem a razões sociais distintas, embora compartilhem estruturas físicas e endereços eletrônicos com empresas coligadas.

Além disso, mesmo após ser intimada a se manifestar sobre as contestações, a autora não pediu a citação da empresa efetivamente responsável, tampouco solicitou a correção do polo passivo.

“É evidente a ausência de relação jurídica”, concluiu o magistrado.

Com isso, a Justiça reconheceu a ilegitimidade passiva das empresas e julgou extinto o processo, com base no artigo 485, inciso VI, do Código de Processo Civil. Não houve condenação ao pagamento de custas ou honorários advocatícios, conforme prevê a Lei dos Juizados Especiais.

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Foto: Pixabay

Renata Reis é jornalista, escreve para o Diário de Justiça e integra a equipe do podcast “Entendi Direito”. Formada em jornalismo, atuou em jornal diário, em outros meios, como rádio e TV. Também prestou serviços de comunicação em assessoria, textos para revistas e produção de conteúdo para redes sociais.

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