“Proposta não faz sentido”: vítima até desconfia, mas cai em golpe

O anúncio no Instagram prometia lucro instantâneo de até três vezes o valor investigado. A vítima até estranhou: “a proposta não faz muito sentido”, escreveu. Mesmo assim, transferiu dinheiro e depois notou que era golpe. A mulher processou o Facebook, dono da rede social, e a Justiça de Limeira (SP) sentenciou o caso na quinta-feira (9/8).

Inicialmente, a autora da ação relatou que foi vítima de golpe devido ao comprometimento da conta de uma amiga. Ela transferiu R$ 9.999,99 para a conta bancária de um terceiro acreditando que ele era gestor de investimento. Era um golpista.

À Justiça, ela pediu a restituição do dinheiro e o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil. Posteriormente, o Facebook alegou que não teve culpa e oferece mecanismos e orientações de segurança.

Quem analisou o caso foi o juiz Flávio Dassi Vianna, da 5ª Vara Cível. Ele lembrou que a fraude por meio de anúncio de investimento financeiro em rede social se tornou prática comum. “Esse tipo de golpe normalmente envolve a criação de perfis falsos ou o comprometimento de contas reais para enganar as vítimas, induzindo-as a acreditar na veracidade da oportunidade”, citou.

Desta forma, a mulher realizou movimentações bancárias em favor do golpista, mas o valor indicado era inverossímil. Tanto que a autora da ação comentou, em uma das mensagens, que a proposta não fazia sentido.

“Ao realizar a transferência bancária sem as devidas precauções, a vítima contribuiu para o sucesso da fraude, ao não verificar minuciosamente a autenticidade do investimento, de modo que não pode pretender transferir a responsabilidade da sua conduta para a empresa administradora da rede social”, concluiu o magistrado.

Assim, o juiz julgou a ação improcedente. Cabe recurso.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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