O que se sabe sobre a autoria das explosões em Brasília

A polícia fez a confirmação do homem suspeito de envolvimento nas explosões que ocorreram na noite desta quarta-feira (13/11) próximo do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e no estacionamento da Câmara dos Deputados, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Francisco Wanderley Luiz tinha 59 anos, era de Rio do Sul (SC) e já tentou ser vereador pelo PL.

A primeira explosão ocorreu perto de 19h30 em frente ao STF. Francisco tinha explosivos em seu corpo e os acionou. A sessão no plenário da corte já tinha acabado e os ministros foram retirados do local, que foi cercado pelas forças policiais e isolado. O Corpo de Bombeiros confirmou a morte de Francisco no local.

Em nota, o STF informou que duas fortes explosões foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. “Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, informou que falou por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, também, com o governador de Brasília, Ibaneis Rocha, que está em viagem.

De acordo com o STF, na manhã desta quinta-feira (14/11), os prédios da corte passarão por uma varredura completa para verificação de eventuais artefatos “O expediente foi suspenso até o meio-dia em todos os prédios”, comunicou.

SEGUNDA EXPLOSÃO
Cerca de 15 minutos depois, um carro explodiu no estacionamento da Câmara dos Deputados. O veículo, segundo informações divulgadas à imprensa, estava no nome de Francisco.

Nas imagens identificadas nas redes sociais de Francisco, suspeito de autoria das explosões, há mensagens que remetem a bombas “na casa dos comunistas de merda”. Há menção sobre William Bonner, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin.

“Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósitos de materiais”, consta em trecho da mensagem, que ainda aponta que no mesmo dia do “jogo” seria iniciado e terminaria no dia 16.

Outra imagem mostra Francisco dentro do plenário do STF com a seguinte frase: “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Num outro trecho, há menção para “iniciar uma revolução” no Feriado da República, celebrado nesta sexta-feira (15/11).

INVESTIGAÇÃO
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o caso e informou que entre os primeiros procedimentos que os peritos devem fazer no local estão a identificação de todos os vestígios, além de uma identificação das imagens da área com ferramentas tecnológicas 3D a fim de compreender, em detalhes, a dinâmica do ataque.

Os vestígios coletados serão posteriormente analisados para identificar e confirmar o tipo de explosivo utilizado, a possível origem e outras evidências que possam indicar se a ação foi planejada e se teve participação individual ou em grupo. (Com informações Agência Brasil)

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Denis Martins é jornalista, escreve para o Diário de Justiça e integra a equipe do podcast “Entendi Direito”. Formado em jornalismo, atuou em jornal diário. Também prestou serviços de comunicação em assessoria, textos para revistas e produção de conteúdo para redes sociais.

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