MP de Limeira arquiva inquérito sobre manipulação no jogo entre Galo e Capivariano

O Ministério Público (MP) de Limeira pediu à Justiça o arquivamento de uma das investigações que apuram suspeita de manipulação de resultados em jogos do Independente de Limeira. Trata-se da partida contra o Capivariano realizada em 18 de maio de 2022, válida pelo Campeonato Paulista da 4ª Divisão. O jogo acabou empatado em 2 a 2.

A investigação foi instaurada após apuração preliminar encaminhada pela Corregedoria da Federação Paulista de Futebol (FPF), com base em material da empresa Stats Perform Integrity. Ela classificou a partida como “suspeita média”.

O relatório identificou apoio suspeito a apostas no Capivariano entre os minutos 19 e 28. Em alguns mercados, operadores pagaram ODDs (chance de que um evento aconteça) quando o time perdia, em preço inferior àquele que havia sido apostado quando o placar estava zerado. O evento foi classificado como altamente incomum e suspeito.

As apostas no Capivariano não refletiam os fatos no campo. O Galo já havia chutado três vezes ao gol contra nenhum do rival. Durante o período suspeito, três operadores de mercado pararam de oferecer apostas, o que indica suspeitas. O apoio indicava que o time de Capivari ganharia a partida, mas isso não aconteceu. Ainda assim, as apostas permaneceram suspeitas devido ao alto nível de movimento inexplicado nos preços e, por isso, a FPF pediu o aprofundamento da investigação.

O inquérito policial tramitou na capital e as informações foram enviadas ao MP de Limeira. O presidente do Capivariano negou envolvimento do clube em manipulação de resultados. Alegou que não verificou nenhuma atitude suspeita que pudesse configurar eventual fraude esportiva. O presidente do Galo também foi ouvido e disse que, nos dias de jogos, os portões ficam trancados e os jogadores confinados, tendo acesso apenas os repórteres, o que inviabiliza negociações escusas antes dos jogos. Não viu qualquer movimento que indicasse manipulação antes da partida contra o Capivariano.

Ao analisar o inquérito, o promotor Daniel Fontana entendeu que não ficou caracterizado qualquer crime. “Apesar das suspeitas levantadas pela Federação Paulista de Futebol, nota-se que o jogo terminou empatado e os representantes dos clubes negaram conhecimento de qualquer atitude que sugerisse a existência de manipulação do resultado. Assim, à míngua de elementos idôneos a demonstrar a configuração dos crimes em tela, tornou-se prejudicada a persecução penal do Estado”, escreveu em manifestação enviada no dia 17 de março à Justiça.

O pedido de arquivamento será analisado pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Guilherme Lopes Alves Lamas. Além deste inquérito, há outros dois que apuram possível manipulação em mais duas partidas que envolvem o Galo, a pedido da FPF. Estas investigações estão em andamento.

Foto: Pixabay

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