Meio Ambiente e Estiagem

Por Dirceu Brasil Vieira

Neste dia 05 de Junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído em Assembleia das Nações Unidas, organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2021, o tema do Dia Mundial do Meio Ambiente é “Restauração de Ecossistemas”.

Ecossistema é o conjunto de comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si e com o meio ambiente, sendo um ecossistema formado, portanto, por componentes bióticos e abióticos: solo, vegetação, água, vegetação e animais. Segundo artigo de Gustavo Porto, do Estadão Conteúdo, publicado em 28/05/2021: “O governo deve emitir alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco estados brasileiros — Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

Todos estão na bacia do Rio Paraná, onde se concentra parte da produção agropecuária e grandes hidrelétricas. Na região, a situação é classificada como “severa” e a previsão é de pouco volume de chuvas para o período”. Portanto, estima-se, que os índices de precipitação pluviométrica na nossa região sejam baixíssimos, indicando que início de forte estiagem.

As estiagens resultam da ausência de chuvas, previstas para uma determinada temporada, ou da redução na sua quantidade, ou mesmo do atraso em sua chegada.

Em geral, quando falamos em estiagem, queremos dizer que houve uma queda no volume de chuvas, para níveis sensivelmente inferiores aos da normal climatológica, comprometendo necessariamente as reservas de água locais, além de causar prejuízos à agricultura e à pecuária. O estado de São Paulo tem uma história climática onde o período de estiagem é intenso nos meses de junho e julho, o que vem acompanhado de variação elevada entre as temperaturas diárias mínima e máxima.

O aquecimento global do planeta, tão estudado pelos físicos, meteorologistas e climatologistas, sendo mostrado pela elevação do nível de água dos oceanos e por interferir sobre maneira no clima local. Aliado a isso, há fenômenos meteorológicos como El Ninõ e La Ninã, que afetam o clima e dessa forma a agricultura.

No estado de São Paulo temos um outro fator de interferência, o crescimento das áreas das cidades, cujos perímetros urbanos crescem e acabam gerando extensas áreas impermeáveis, onde a irradiação da energia solar eleva sobre maneira a temperatura, criando grande núcleos de aquecimento do ar denominado de Ilhas de Calor, favorecendo a formação de nuvens Cumulus Nimbus, causadoras de tempestades acompanhas de vento, raios e alta intensidade, normalmente superiores a capacidade de infiltração do solo, causando elevado escoamento superficial, inundação e destruição em vales e várzeas.

Na região de Campinas, além de áreas habitadas das cidades, estão se aproximando cada vez mais, há a implantação de loteamentos na zona rural. Toda essa somatória de efeitos no clima acaba prejudicando a agricultura, tanto pela estiagem, quanto pela perda da água precipitada que não penetra no solo e escoa superficialmente.

As chuvas de grande intensidade superam em muito a capacidade de Infiltração do solo, geram grande fluxo de Escoamento Superficial causam inundações nos perímetros urbanos, sentidos pelos estragos no trânsito, acidentes e riscos às pessoas. Já a estiagem, causa sérios problemas tanto nas propriedades agrícolas como nas cidades. O abastecimento hídrico das propriedades agrícolas tradicionalmente era feito por meio de poços rasos, alimentados pelo Lençol Freático, que são mais afetados pela estiagem.

O incremento devido a facilidade de perfuração do uso de poços artesianos, que são mais abundantes de água, portanto menos afetados pelas estiagens, vem gerando um problema sério, que é o abaixamento do nível de água do lençol. Isso acaba exigindo aprofundamento de poços, o que nem sempre é viável técnica ou financeiramente.

Para as cidades o abastecimento hídrico tanto pode ser feito em rios ou em poços profundos, depende do tamanho da cidade e das condições geográficas. Na região, as maiores cidades têm seu sistema de abastecimento de água captando de cursos de água superficial, nesse caso, o meio ambiente refere-se a bacia hidrográfica do curso de água, cujos procedimentos de preservação ambiental tem sido cada vez mais priorizados pelas administrações municipais e pela população. Restaurar as marginais, aprimorar as técnicas de armazenamento da água pluvial, aplicar técnicas de conservação do solo, são diretrizes fundamentais para a proteção do Meio Ambiente.

Dirceu Brasil Vieira é engenheiro agrônomo; professor titular da FEC-UNICAMP (aposentado) e consultor técnico na área de Recursos Hídricos.

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