por Farid Zaine
@farid.cultura
Quando no ano de 1975 o grande sucesso literário de Peter Benchley, “Jaws”(Tubarão) chegou ao cinema pelas mãos de Steven Spielberg, com participação no roteiro do próprio Benchley, o mundo se viu diante de um fenômeno : o filme arrebatou multidões, faturou milhões de dólares e foi um dos inauguradores da era dos blockbusters. Quem viveu aquele momento nunca mais se esqueceu do impacto causado pelo filme, e ele vem assustando gerações com seu imenso poder de sedução. “Tubarão” não conquistou apenas o público, com seu faturamento astronômico, mas também a crítica. No Oscar 1976 ganhou as estatuetas de Melhor Som, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora. No caso da trilha criada por John Williams, considerada uma das melhores da história, o som que indicava a aproximação do tubarão passou a ser um símbolo de suspense, até hoje marca inigualável e exemplo da genialidade de um dos mais consagrados criadores de trilhas sonoras de todos os tempos.
Muitos filmes foram feitos na esteira do sucesso de “Tubarão”, mas nenhum sequer se aproximou da qualidade e da originalidade do primeiro.
Em 2018 surge “Megatubarão”, uma tentativa de criar, com muitos recursos técnicos agora disponíveis, algo que preenchesse a falta de um novo longa com um tubarão ameaçador. Chegou, então, às telas, uma história que se baseava no aparecimento de um monstro de mais de 20 metros de comprimento, exemplar de uma espécie que se julgava extinta, um “Megalodon”. A premissa era boa, mas o resultado não foi satisfatório. O papel principal coube a Jason Statham, como um ex-mergulhador da marinha recrutado para uma missão de resgate nas Fossas Marianas.
Agora, em agosto de 2023, estreia a sequência “Megatubarão 2”, com o mesmo Statham, e as coisas até melhoram um pouco. Pelo menos, com apenas uma semana de exibição, o longa já se pagou: a produção de cerca de 130 milhões de dólares conseguiu arrecadar 142 milhões em 6 dias, transformando-se num sucesso popular imediato. No Brasil, no fim de semana de 3 a 6 de agosto, “Megatubarão 2” faturou R$8,1 milhões, ficando em terceiro lugar nas bilheterias, atrás dos maiores sucessos do ano até agora, “Barbie” e “Oppenheimer”.
“Megatubarão 2” mistura muitos elementos em sua trama, carrega nas tentativas de humor e acaba sendo mais um filme de aventura com muita ação, deslocando um pouco a imagem daquele que deveria ser a principal estrela, o megatubarão do título. Assumidamente comercial, com longas sequências – algumas bem chatas – que colocam mocinhos e bandidos em situações complicadas nas profundezas do mar ou numa praia paradisíaca, “Megatubarão 2” cumpre uma boa parte do que parece ser seu objetivo: diversão sem compromisso e sem a pretensão de ser equiparado ao clássico de Spielberg de 1975 que, ainda bem, pode ser facilmente encontrado no streaming.
Megatubarão 2 – Direção de Bem Wheatley – sequência de “Megatubarão”, de 2018, com Jason Statham – em cartaz nos cinemas.
Cotação: **REGULAR
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