Por Karin Vieira
Quando um paciente procura o médico, ele não conhece a patologia, diagnóstico, prognóstico, efeitos do tratamento recomendado ou até da recusa ao tratamento. O médico é o detentor de todo o conhecimento técnico e o paciente é, portanto, vulnerável.
No entanto, quando o médico cumpre seu dever informacional, informando claramente ao paciente sobre a patologia, diagnóstico, tratamentos, dentre outros aspectos, prestando todas as informações e esclarecimentos necessários, ele está cuidando desta vulnerabilidade.
E justamente no momento em que está cumprindo seu dever informacional é que o médico deve se valer da leitura humanística de seus pacientes. Ou seja, todo médico tem o dever de prestar informações claras, completas e precisas a seus pacientes (não pense que esse dever existe somente em casos de procedimentos cirúrgicos, heim!!!) e nesta oportunidade deve considerar quais são as dificuldades de entendimento ou de escuta que os pacientes podem apresentar. Por exemplo, se o paciente é idoso, o médico deve transformar o conteúdo técnico da conversa em algo que aquele paciente possa ouvir e compreender bem e corretamente.
Portanto, doutor, trabalhe a leitura humanística do seu paciente. Identifique se você pode usar termos técnicos ou não, enfim, use a linguagem que o seu paciente, efetivamente, entenda. Assim, o paciente receberá as informações adequadas sobre sua condição de saúde, estando apto a tomar todas as decisões que se fizerem necessárias.
Lembre-se: se você descumprir seu dever informacional, você não estará construindo uma relação médico -paciente saudável com seu paciente e, com certeza, esta “falta de equilíbrio ” poderá gerar muitos efeitos jurídicos adversos.
Karin Urbano Salviato Vieira é formada pela Faculdade de Direito de Bauru (1995). Advogada na antiga Águas de Limeira S.A. Atuação em bancas de advocacia (Lobo & Ibeas Advogados e Cláudio Zalaf Advogados). Atuação em advocacia corporativa e atualmente em adequações de negócios à Lei Geral de Proteção de Dados.
Os artigos assinados representam a opinião do(a) autor(a) e não o pensamento do DJ, que pode deles discordar
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