Governo intensifica fiscalização sobre trabalho doméstico; empregadores têm dificuldade com eSocial

Nas últimas semanas, pessoas que contam com empregados domésticos têm recebido do governo federal notificações pedindo informações como demonstrativo dos valores devidos, recibos de salários referentes aos últimos meses e comprovante de depósito do pagamento dos salários, entre outras.

O envio dessas notificações faz parte de uma iniciativa de conscientização sobre os direitos dos trabalhadores domésticos apresentada no início de fevereiro pelo Ministério do Trabalho e Previdência, a “Campanha Nacional pelo Trabalho Doméstico Decente”. O objetivo é realizar ações de inspeção para notificar os empregadores caso sejam identificadas condições em desacordo com a lei.

Dentro dessa campanha, a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) iniciou o envio de 5 mil notificações, pelos e-mails cadastrados no Sistema eSocial, a empregadores domésticos de todo o país com orientações sobre a legislação trabalhista e solicitando a apresentação de documentos comprobatórios. Serão dois lotes de notificações, um em fevereiro e outro em março, com o prazo para apresentação de documentos terminando no dia 22 de cada mês.

Muitas vezes, porém, o empregador não age por má fé, mas simplesmente por ter dificuldade com a burocracia que envolve o trabalho doméstico. Apesar de lançado há sete anos, o eSocial, queixam-se muitos patrões, tem diversas inconsistências. O sistema reúne todas as informações da relação entre o empregado doméstico e seu empregador, como valor do salários, benefícios, horas extras e férias, entre outras.

A principal reclamação em relação ao eSocial são as inconsistências no trâmite das informações inseridas. Em muitas situações, o sistema não alerta sobre eventuais lançamentos feitos de forma incorreta, o que pode gerar multas e débitos com o fisco.

Também há muito descontentamento pela ausência de cálculos automáticos em diversas situações trabalhistas, obrigando o empregador a fazer o cálculo manualmente antes de informá-lo no sistema. Isso gera insegurança aos patrões, e nem sempre garante o pagamento correto das obrigações trabalhistas ao trabalhador doméstico.

Diante desse cenário, uma alternativa interessante é recorrer a empresas especializadas na gestão da folha de pagamento desses trabalhadores, que oferecem uma gama de serviços para que o empregador não se sinta desamparado. São profissionais que entendem a fundo os direitos e deveres do trabalhador doméstico.

Sediada em Limeira, a iDoméstica administra a folha de pagamento, incluindo recibos, férias e 13º, mantém uma agenda de vencimentos para garantir que prazos não sejam perdidos, realiza o controle de ponto apurando horas extras, atrasos, adicional noturno e faltas e cuida de todo o processo, da admissão à rescisão, além de oferecer serviços de regularização do contrato, entre outros.

“Apesar do eSocial sugerir simplicidade no manuseio, o sistema possui um manual extenso, e não impede o empregador de cometer erros”, explica Luciana Hernandes, Head de Operações da iDoméstica. “Pelo contrário, em várias situações, o empregador é induzido ao erro, pois permite imputar informações e emitir guias que não correspondem ao fluxo correto da folha de pagamento”.

Mesmo quem conta com apenas um colaborador doméstico pode recorrer ao suporte da empresa. É preciso ter em mente que o vínculo empregatício de um doméstico se caracteriza quando um trabalhador presta o serviço de forma contínua por mais de dois dias da semana à casa do empregador. Além das empregadas domésticas, que são maioria, atividades como babá, cuidador de idosos, governanta, caseiro e motorista também fazem parte dessa categoria de trabalhadores.

O trabalhador deve necessariamente receber remuneração igual ou superior ao salário mínimo ou piso regional, além de vale-transporte, férias, 13º salário e descanso remunerado. O empregador não pode pagar os serviços com moradia ou alimentação.

“Oferecemos uma consultoria que cuida de toda a relação entre o empregador e o empregado doméstico, incluindo a contratação com o devido enquadramento de função, salário, jornada e benefícios, entre tantas outras questões envolvidas”, salienta Alessandro Vieira, CEO da iDoméstica. “Também acompanhamos todas as situações nas quais o empregador possui pendências ou precisa de regularização”.

Investir numa assessoria especializada, portanto, aparece como uma opção bastante atraente, além de acessível, para o empregador que busca segurança jurídica e quer evitar problemas. Principalmente quando eles não acontecem por má fé, mas simplesmente por desconhecimento do tema.

Foto: Banco de Imagens/TJGO

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